A Bahia deu um passo decisivo na implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos com o lançamento, no último dia 16 de outubro, do “Movimento Pela Remuneração Justa e Valorização da Saúde”. Trata-se de uma iniciativa inédita de médicos, clínicas, hospitais e laboratórios a fim de negociar com as operadoras de planos de saúde as perdas econômicas sofridas na última década no que se refere a pagamento de honorários, diárias, taxas e serviços médicos em geral e hospitalares. A força do grupo pode ser medida pelo número de entidades que engloba – Cremeb, ABM, Sindimed, Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Sindicato dos Laboratórios Clínicos e Patológicos do Estado da Bahia (Sindlab), Federação Bahiana de Saúde (Febase) e Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Estado da Bahia (Sindhosba). O movimento foi apresentado num café-da-manhã, no Fiesta Convention Center, a donos de clínicas, laboratórios e operadoras de planos, membros da Câmara Municipal, Assembléia Legislativa e Ministério Público Estadual, além de vários especialistas e líderes médicos. “A palavra de ordem desse movimento é a busca do entendimento. Entretanto os médicos não podem mais aceitar a condição de coadjuvantes do sistema”, avisou o 1º secretário do Cremeb, José Márcio Villaça Maia. O presidente da Ahseb, José Augusto Andrade, não citou a palavra “paralisação”, mas sugeriu-a nas entrelinhas da sua rápida fala: “Não queremos inviabilizar o setor, mas devemos encontrar uma equação que beneficie o paciente”. O 1º secretário da AMB, presente na cerimônia, Aldemir Humberto Soares, elogiou a mobilização baiana, também destacou a importância do Projeto Diretrizes e disse que o médico brasileiro se vê numa encruzilhada, tendo como única saída a Classificação Hierarquizada. Ele convocou todos os médicos a se voltarem para suas entidades e reforçou: “Este não é um movimento de confronto. Estamos abertos às discussões. O objetivo da nossa luta é o usuário e a prestação do serviço médico adequada”.
Entidades criam movimento para dialogar com operadoras
17/11/2003 | 02:00