Os espectadores do jornal Nacional, da TV Globo, assistiram, de 10 a 15 de dezembro, uma série especial de reportagens sobre a formação de médicos no Brasil.

Na primeira reportagem da série (veja em http://glo.bo/VNkts8), foram expostas as posições divergentes do CFM e do Ministério da Educação sobre a necessidade de abertura de novas escolas médicas. O jornal mostrou que a recém-inaugurada faculdade de Garanhuns, Pernambuco, parte do plano nacional de educação médica do governo para aumentar o número de formados no país, ainda conta com uma série de deficiências estruturais importantes que – não fossem os esforços da comunidade de alunos e professores – praticamente inviabilizariam a formação de novos profissionais. A situação colide com a afirmação do ministro da Educação de que as novas escolas seriam abertas com qualidade.

Para o CFM, o cerne do problema não é a quantidade de profissionais, e sim o desestímulo ao trabalho em áreas remotas, que gera graves problemas de distribuição. “Há concentração excessiva nas capitais e no litoral. Veja que nas regiões Sul e Sudeste nós temos em torno de 70% dos médicos do país e na região Norte, nós temos o menor número de médicos do país, assim mesmo a grande maioria concentrada nas capitais”, disse o presidente do CFM, Roberto d’Avila.

O jornal mostrou, no segundo dia (assista em http://glo.bo/U8gTG6), a situação dos médicos em Rondônia, Estado que ganhou quatro faculdades de medicina nos últimos 11 anos para tentar suprir carência de profissionais. A falta de hospital-escola para os alunos gera um número excessivo de internos nas dependências do Hospital Estadual João Paulo II, o principal de Porto Velho e único ambiente disponível para o aprendizado.

No terceiro dia da série (http://glo.bo/128WKn4), quarta-feira, o jornal mostrou alguns bons exemplos no país, de cursos que investem em tecnologia, com professores e alunos dedicados. A simulação, por exemplo, é a última tendência nos estudos de medicina. A reportagem mostrou as exigências obrigatórias do curso e a vocação posta à prova em diferentes momentos da formação.

Na quinta-feira, a reportagem comparou o ensino de medicina e o sistema de saúde na Grã-Bretanha com o do Brasil. O National Health System (NHS), o “SUS” britânico, é considerado um dos melhores sistemas de saúde do mundo. Os médicos que trabalham no NHS têm salário equiparado em todo o território. Começam na faixa equivalente a R$ 15 mil e chegam a R$ 40 mil. Só existem 31 faculdades para 60 milhões de habitantes. Outra comparação importante foram os gastos em saúde custeados pelo governo: enquanto no Brasil, apenas 44% são cobertos pelos cofres públicos, na Grã-Bretanha, chega a 83%. Lá, poucos se arriscam na medicina privada e os profissionais são testados todos os anos pela comunidade médica. Assista em http://glo.bo/V6v5QT.

Nos últimos dias da série, sexta e sábado, o jornal Nacional mostrou a dificuldade para se fazer curso de especialização e o desafio dos que estudaram no exterior e têm que revalidar o diploma. Foi apresentada de maneira crítica a proposta do governo de oferecer 10% de bônus na disputa de vagas para residência aos médicos que ficarem em áreas remotas. Para as entidades médicas, a solução para atrair profissionais para essas áreas é uma carreira médica, como existe para o juiz, o delegado, além de estrutura. O diretor da Faculdade de Medicina da USP, José Otávio Auler Júnior, concorda. “O médico vai para o interior, que se dê condições para ele trabalhar. Como é que ele vai trabalhar em condições precárias? Pede uma radiografia, não tem. Pede um exame de laboratório, não tem”, diz (veja em http://glo.bo/12oX40W)

Outro problema grave apontado pelo jornal foi a atuação de profissionais sem diploma reconhecido, exercendo a profissão ilegalmente. Blitz recente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Acre (CRM-AC) flagrou duas mulheres sem registro trabalhando no município de Tarauacá. Esse tipo de situação foi descrita como um caso “grave, de polícia; criminoso”, com decisão judicial favorável ao CRM-AC (assista pelo link http://glo.bo/ZisCa5).

Para o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, as reportagens mostraram que o CFM está correto em suas avaliações. “Não é de hoje que alertamos para a abertura indiscriminada de escolas médicas, sem campo de prática assistencial (hospitais universitários e ambulatórios, sem corpo docente qualificado etc.)”, diz.

Roberto d’Avila afirma que as soluções viáveis para a saúde do país requerem necessariamente maior investimento público e uma gestão capacitada do SUS, além da implantação da carreira de estado. Ele também demonstra preocupação com as revalidações “flexíveis” de diplomas, que não atendam a critérios rígidos para aferir a capacitação do egresso: “É necessário dar garantias e condições de trabalho adequadas aos médicos e não é possível revalidar diplomas automaticamente, pois a população das regiões desassistidas merece a mesma medicina e médicos qualificados como a população das regiões Sul e Sudeste”.

Flickr Youtube Twitter LinkedIn Instagram Facebook
namoro no brasil Играйте в Вавада казино - каждая ставка приносит выигрыш и приближает к большим деньгам. Заходите на официальный сайт Вавада казино и вперед к победам!
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.