O período da tarde desta sexta-feira (3) foi marcado por debates muito aguardados pelos participantes do III Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CONEM). A conselheira federal Graziela Bonin e o conselheiro pelo CRM-DF, Aderito Guedes da Cruz Filho, acompanharam o médico e influenciador digital Paulo Muzy na mesa-redonda “Do estetoscópio ao story: a responsabilidade digital na saúde”.
Com mais de dez milhões de seguidores nas redes sociais, Paulo Muzy abriu a discussão: além de expôr o tipo de conteúdo que deve ser compartilhado por médicos, o ortopedista suscitou questionamentos que devem permear a prática médica. “Sucesso não se mede em números, mas em impacto; a excelência que você precisa performar no centro cirúrgico é a que deve te acompanhar a sua atuação virtual”, afirmou Muzy.
Coordenadora adjunta da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (CODAME) Nacional, Graziela Bonin falou sobre a importância de o médico ocupar o espaço de autoridade junto à população em assuntos de saúde. Ainda discorreu sobre os fundamentos que nortearam o CFM na elaboração das novas normas de publicidade médica, as principais mudanças trazidas pela resolução e a importância de que o uso de publicidade seja baseado em conhecimento. “Antes de divulgar, precisamos saber”, completou.
Aderito Guedes da Cruz Filho encerrou a mesa-redonda com uma palestra incisiva: a substituição da medicina baseada em evidência científica pela medicina baseada em enriquecimento. “Termos como medicina integrativa, medicina ortomolecular e soroterapia enganam o paciente, pois são especialidades que não existem. É preciso que vocês, que são estudantes, não percam a ética de vista”, concluiu o reumatologista. Após as falas individuais, os participantes puderam questionar os palestrantes e participar do debate.