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Conselho Federal de Medicina

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Com o objetivo de chamar a atenção dos médicos e da sociedade para o desaparecimento de crianças e adolescentes no Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) promove na capital paranaense a Semana Nacional de Mobilização para a Busca e Defesa da Criança Desaparecida, de 25 a 31 de março. A ação conta com apoio do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR).

No dia 25 de março, a entidade promoveu um ato simbólico em Curitiba (PR). O ponto de encontro foi próximo ao Palácio Avenida e Bondinho da Leitura, no centro da cidade (Travessa Oliveira Belo, entre Rua XV de Novembro e Praça Zacarias). “O espaço foi palco de diversas manifestações dos médicos paranaenses. Agora, a categoria teve a oportunidade de mostrar que também está preocupada com o tema ‘crianças desaparecidas’”, disse o conselheiro do estado no CFM, Donizetti Giambernardino Filho.

Também nesta quarta-feira (25), a Comissão de Ações Sociais do CFM realizou uma visita ao Hospital Pequeno Príncipe , a fim de sensibilizar os profissionais quanto ao tema. Na ocasião, foram distribuídos panfletos com orientações sobre como evitar um desaparecimento e como proceder caso ocorra. A proposta é que o tema entre em pauta na relação médico-paciente.

A capital paranaense é reconhecida como exemplo nacional e internacional na busca dessas crianças. O Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas do Paraná (Sicride) tem números de resgate superiores a 93%, muito diferente da realidade brasileira. Em nível nacional, este percentual de sucesso fica em 15%, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).

 Ação médica – O Conselho Federal de Medicina (CFM) aposta ser possível reverter esta realidade. Por isso, desenvolve junto à categoria uma campanha de conscientização desde 2011. Por meio da Recomendação nº 4/2014, os profissionais médicos e instituições de tratamento médico, clínico, ambulatorial ou hospitalar foram orientados sobre como o quê observar e fazer para ajudar neste esforço contra o desaparecimento de menores.

O documento orienta os médicos a prestarem atenção nas atitudes desses pequenos pacientes: “observar como ele se comporta com o acompanhante, se demonstra medo, choro ou aparência assustada; observar se existem marcas físicas de violência, como cortes, hematomas ou até abusos”.

O CFM ainda alerta que os médicos peçam a documentação do acompanhante. Conforme a orientação do documento, “a criança deve estar acompanhada dos pais, avós, irmão ou parente próximo. Caso contrário, pergunte se a pessoa tem autorização por escrito”. Além disso, recomenda-se “desconfiar se o acompanhante fornecer informações desencontradas, contraditórias ou não souber as perguntas básicas”. 

 

O problema do desaparecimento – No Brasil, são registrados em média 50 mil casos de desaparecimento de crianças e adolescentes por ano. O estado de São Paulo detém 25% desse total. Logo atrás vêm o Rio de Janeiro e os estados do Nordeste. Estima-se, ainda, que quase 250 mil desses menores não tenham sido encontrados.

Somente no ano passado, foram registradas 254 ocorrências de desaparecimentos e fugas de crianças no estado do Paraná. Todos os casos foram solucionados pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride). Destes, 155 (63,5%) foram meninos e com idade média de 11 anos. Em 2013, houve 330 casos, dos quais 329 tiveram um desfecho.

Segundo o banco de dados do Sicride, no estado do Paraná, as Regiões Norte e Metropolitana são as que concentram o maior número de incidências de desaparecimento de crianças no ano de 2014, com 64 e 47 casos respectivamente. Em seguida, aparecem a Região Oeste com 45 casos e a capital Curitiba, com 30 casos.

Em geral, os boletins de ocorrência relacionados ao desaparecimento infantil no Paraná são registrados por briga de guarda dos pais, quando um dos responsáveis foge com o filho e o outro aciona a polícia. Ou, ainda, por fuga do lar para chamar a atenção dos pais ou por causa de castigos. Outra situação comum é a que decorre de crianças que saem para brincar e não avisam aos responsáveis, que informam o fato à delegacia.

 A orientação inicial do órgão é que, em caso de crianças desaparecidas, os responsáveis mantenham a calma e acionem imediatamente a polícia. A delegada-titular do Sicride, Nilceia Ferraro, esclarece que a polícia deve ser comunicada do desaparecimento assim que o responsável perceber que a criança sumiu, não sendo necessário esperar um período mínimo. “O prazo de 24 horas nunca foi necessário. O Boletim de Ocorrência tem que ser feito logo que desaparecido. As primeiras horas são essenciais para encontrar essas crianças”.

  

Orientações à sociedade – “Não falar com estranhos” e “não aceite caronas”. Repassar essas orientações aos mais jovens é importante, acredita o Conselho Federal de Medicina e os especialistas do Sicride. Os números nacionais, no entanto, demonstram a necessidade de reforçar o alerta. Outra medida de prevenção é deixar com a criança um cartão de identificação com o nome, telefone e endereço dos pais.

É preciso também ficar atento com quem as crianças e os adolescentes conversam na internet. “É muito comum entre os jovens marcarem encontros por meio das redes sociais com pessoas que sequer conhecem inclusive, muitos casos, envolvem relações sexuais”, aponta Ferraro. Segundo o Sicride, castigos desproporcionais podem desencadear a ideia de fuga, o outro extremo também, ou seja, desleixo dos pais.

 

 

SERVIÇO

ATO PÚBLICO

Semana Nacional de Mobilização para a Busca e Defesa da Criança Desaparecida

Dia 25 de março – a partir das 15h

Travessa Oliveira Belo, entre Rua XV de Novembro e Praça Zacarias. Curitiba – PR

 

 

Visita ao Hospital Pequeno Príncipe 

Dia 25 de março – a partir das 9h30

 

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