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Médicos, dentistas, fazendeiros e outros profissionais ganham espaço na bolsa e passam a receber atenção especial das corretoras Quem pensa que só está em bolsa gente familiarizada com números – engenheiros, contadores, administradores de empresa e economistas – está redondamente enganado. Pelas mesas de operações das corretoras passam médicos, dentistas, publicitários, advogados, fazendeiros e psicólogos. Isso levou as corretoras a criar serviços especiais para atender esse público com hábitos e horários bastante peculiares. Com a pulverização do mercado nos últimos três anos, profissionais que jamais pensaram em colocar suas economias em bolsa agora dedicam algumas horas do seu dia para acompanhar e investir em ações. Essa fatia de investidores novatos cresce a cada dia e já é tão importante dentro do volume da Bovespa quanto o grupo de investidores tradicionais. Vários desses aplicadores que estão debutando no mercado já colecionam alguns sucessos. É o caso do dentista Walter Coriolano. Hoje com 40 anos, ele investe suas economias em renda fixa desde os 25 e, mais recentemente, resolveu se sofisticar, aplicando em fundo de ações. Coriolano começou com o pé direito e logo de cara pegou a alta de 97% do Índice Bovespa em 2003. O rendimento foi suficiente para completar o que faltava para comprar o apartamento em que mora. “Sem esse ganho eu dificilmente teria comprado o meu apartamento”, diz. Recentemente, Coriolano resgatou o dinheiro que tinha em outro fundo de ações, mas que estava registrando perdas, e comprou outro imóvel em um bairro nobre de São Paulo, para onde o seu consultório deve se mudar. Diferente da grande maioria dos novos investidores, o dentista não se assusta mais logo na primeira queda da bolsa. “Só tirei o dinheiro do fundo porque a compra do imóvel era um excelente negócio”, diz o dentista, que tomou gosto pelo mercado e resolveu alçar vôo solo, comprando ações da Natura e da Grendene nos lançamentos desses papéis na bolsa. Coriolano mantém hoje 25% do seu patrimônio e 10% do capital de sua operadora de planos odontológicos em renda variável. Seu próximo passo no mundo das ações será usar o home broker – sistema de negociação via internet -, até pela possibilidade de negociar fora do horário comercial. Junto, Coriolano vai levar o seu sobrinho de 16 anos. “Já que ele gosta tanto de computador, que passe a usá-lo pelo menos para ganhar dinheiro”, brinca. A diversificação no perfil do investidor em ações já é uma realidade nas corretoras e que se reflete nas estatísticas. Na Ágora Senior – atualmente com a maior carteira de pessoas físicas – os médicos, por exemplo, já representam 4,97% entre os 20 maiores grupos de clientes. Em seguida estão os advogados, com 3,78% e os publicitários, com 1,14%. Economistas, engenheiros e administradores ainda lideram com folga a lista dos principais aplicadores em ações. “Alguns perfis profissionais são mais abertos a riscos, como é o caso dos médicos, que estão acostumados a estar com a vida do paciente na mão”, analisa Paulo Levy, diretor da VipTrade, braço online da Ágora. De olho nesses potenciais clientes, o executivo diz que uma das estratégias da corretora é estar presente em eventos da classe médica. Levy lembra que os advogados tem um comportamento oposto ao dos médicos, e são mais desconfiados com relação ao mercado financeiro. “Os advogados fogem de qualquer risco”, diz. Levy chama a atenção ainda para a participação dos estudantes, o quinto maior grupo de investidores. “A liderança destas classes mostra que a participação aumenta conforme o nível de formação e informação que cada grupo tem.” O cirurgião Fábio Neves da Silva, de 34 anos, é um dos clientes da Ágora que admitem ter maior apetite pelo risco e deixa 30% de suas aplicações na bolsa. Desde 2002, ele já investiu em papéis de Embratel, Telemar, CST, Usiminas, Braskem, Aracruz, Petrobras, Bradesco e Itaú, quase sempre preferenciais – sem direito a voto -por terem maior liquidez. Ele atribui o gosto de sua classe por ações à preocupação em estar sempre se atualizando e em busca de resultado. Além disso, boa parte do orçamento desses profissionais não tem um fluxo previsível, dependendo do número de plantões, cirurgias e consultas, o que exige maior diversificação das reservas, assim como dos demais profissionais liberais. “Um fundo de ações, você deixa para o banco gerir e ele segue o Ibovespa, que pode não ser bom no curto prazo”, avalia. Para decidir onde colocar o dinheiro, o médico fica de olho na análise gráfica, indicada para quem quer fazer giro rápido da carteira, mirando o prazo de uma semana. A meta dele é comprar um apartamento com o dinheiro aplicado. Para o assessor de relações institucionais da Bovespa, José Roberto Mubarack, o crescimento de investidores diferentes é um efeito natural dentro do movimento de popularização. “Profissionais com renda, mas que não tinham a menor idéia do que era a bolsa passaram a entender e se interessar.” Ele lembra que já existem alguns clubes de investimentos formados por médicos, engenheiros e advogados. Na corretora Concórdia depois dos profissionais de ciências exatas, como economistas e engenheiros, que totalizam 57% dos clientes, estão os advogados, com 16%, em seguida profissionais de comunicação com 10%, depois aparecem os médicos, dentistas e outros profissionais do ramo de biológicas, totalizando 4%. O diretor da corretora Marcelo Canguçu acredita que pelo fato de lidarem com vidas, os médicos têm muito claro na cabeça a idéia de previdência e de tentar garantir uma velhice tranqüila. Além disso estão acostumados a tomar decisões rápidas, predicado importante para investir em bolsa. Depois de anos de estudo e especialização, os médicos entram numa fase em que passam a ganhar bem. Canguçu lembra que, apesar de interessados por ações, os médicos, em sua maioria, cometem o maior pecado do investidor iniciante de comprar as ações na alta e vender quando caem. Para atender esses novos investidores, muitas vezes com horários bem diferentes, a Socopa criou um 0800 que funciona 24 horas, onde os clientes conseguem comprar e vender ações, saber as cotações dos papéis e outros serviços. Segundo o diretor, Marco Monteiro de Barros, o serviço é usado principalmente por empresários do ramo de agronegócios e médicos. Ele lembra que 20% das ordens da corretora ocorrem entre 22 e 6 horas, que é o tempo que esses profissionais têm livre para pensar em suas aplicações. Matéria escrita por Daniele Camba e Felipe Frisch, de São Paulo

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