O 56.º Congresso Brasileiro de Educação Médica (Cobem), realizado na cidade de Vitória (ES), no período de 1.º a 4 de novembro, teve como tema central “Desenvolvimento Docente” e contou com a participação de dois conselheiros federais como debatedores, Sidnei Ferreira (2.º Secretário do CFM e editor geral da Revista Bioética) e Lúcio Flávio Gonzaga Silva (vice Corregedor do CFM). O vice-corregedor do CFM, Lúcio Flávio Gonzaga (d), participou das discussões realizadas no evento
 
“A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a Comunicada Universitária” foi o tema debatido por Sidnei Ferreira. Já o conselheiro Lúcio Flávio Silva participou de duas mesas redondas: “O Internato Médico e o Perfil do Egresso”, onde debateu o tema “Avaliação Terminal do Estudante sob a Perspectiva do CFM – Exame de Ordem?” e da mesa “A Arte como Estratégia de Humanização da Formação Médica”.
 
No debate que contou com a participação do conselheiro Sidnei Ferreira, ele alertou que a Ebserh, criada em 2011 pelo governo federal com a finalidade de dar prosseguimento ao processo de recuperação dos hospitais universitários, vem deixando muito a desejar com a prática de uma gestão nada eficaz. Dos 50 hospitais universitários federais, 40 estão sob a gestão da Ebserh e a grande maioria em péssimas condições de estrutura e falta de insumos para atendimento médico hospitalar.
 
Descontrole – “A própria auditoria interna da Ebserh mostra o descontrole, a falta de recursos e a má gestão”, observa Ferreira. Ele acrescenta que pela proposta de criação da Ebserh, após um ano de atividade novos leitos deveriam ter sido abertos e o que se vê são leitos sendo fechados. “A má gestão é tão gritante que somente em 2017 foram aplicadas multas trabalhistas que somam cerca de R$ 2 milhões. E até no Portal da Transparência faltam dados”, observa Ferreira.
 
A Ebserh, segundo consta em seu Portal, “integra um conjunto de ações empreendidas pelo governo federal no sentido de recuperar os hospitais vinculados às universidades federais.  Desde 2010, por meio do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), criado pelo Decreto nº 7.082, foram adotadas medidas que contemplam a reestruturação física e tecnológica das unidades, com a modernização do parque tecnológico; a revisão do financiamento da rede, com aumento progressivo do orçamento destinado às instituições; a melhoria dos processos de gestão; a recuperação do quadro de recursos humanos dos hospitais e o aprimoramento das atividades hospitalares vinculadas ao ensino, pesquisa e extensão, bem como à assistência à saúde.
 
Com a finalidade de dar prosseguimento ao processo de recuperação dos hospitais universitários federais, foi criada, em 2011, por meio da Lei nº 12.550, a Ebserh, uma empresa pública vinculada ao Ministério da Educação. Com isso, a empresa passa a ser o órgão do MEC responsável pela gestão do Programa de Reestruturação e que, por meio de contrato firmado com as universidades federais que assim optarem, atuará no sentido de modernizar a gestão dos hospitais universitários federais, preservando e reforçando o papel estratégico desempenhado por essas unidades de centros de formação de profissionais na área da saúde e de prestação de assistência à saúde da população integralmente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).” Mas, na prática, finaliza Sidnei Ferreira, desde a criação dessa empresa, até hoje, não foram feitas melhorias e o problema de gestão permanece.

Avaliação do estudante – O conselheiro Lúcio Flávio Gonzaga Silva, vice Corregedor do CFM, debatedor da mesa redonda “O Internato Médico e o Perfil do Egresso”, oportunidade em que abordou o tema “Avaliação Terminal do Estudante sob a Perspectiva do CFM – Exame de Ordem?”, entende que aplicar uma única prova ao final do curso de graduação em medicina para avaliar o nível de conhecimento do futuro médico é inadequado. O ideal, segundo ele, é aplicar avaliação seriada ao longo do curso.

Ele defende que o mais justo e eficiente tanto para o aluno quanto para a instituição de ensino são aplicações de provas nos 2º, 4º e 6º anos, sendo que nesse último, a ideia é aplicar uma avaliação reunindo teoria e habilidades médicas, a exemplo do Revalida. Dessa forma, explica ele, é possível avaliar a evolução do aluno durante todo o curso, dando oportunidade para ele se recuperar na(s) disciplina(s) em que apresentou conhecimento insuficiente e a instituição também melhorar, se for o caso, seu método de disseminar conhecimento.

No caso de o estudante, ao final do curso, não for aprovado no último exame, ele ainda terá a oportunidade de se recuperar na(s) disciplina(s) em que necessita de melhor conhecimento. “O CFM visa a qualidade do médico e da saúde brasileira. Por isso defendemos a avaliação seriada ao longo do curso de medicina, o Revalida, o Sistema de Acreditação de Escolas Médicas (Saeme), enfim, as melhores práticas de qualificação profissional”, resume Silva. Pelo Projeto de Lei 165/2017, em tramitação no Congresso Nacional, essa avaliação deverá ser aplicada pelo CFM, que irá definir a melhor forma de realiza-la.

Ciência e arte – Outro tema abordado por Lúcio Flávio Gonzaga Silva, no 56º Cobem, foi  “A Arte como Estratégia de Humanização da Formação Médica”. Segundo ele, a evolução tecnológica, muito bem-vinda na área médica, está promovendo um grande avanço em diagnóstico e tratamento, mas também tornando o médico mais frio, menos envolvido com o paciente.

“Temos de resgatar o lado humano do médico, o olho no olho, a conversa com o paciente, esse lado humanizado da medicina. Afinal, medicina é cuidar do outro. Então, é preciso juntar ciência e arte”, afirma Silva. E isso deve ser feito com literatura, música, poesia, enfim, com arte. O médico, orienta o vice Corregedor do CFM, além de se atualizar e reunir conhecimento em sua área profissional, deve também ler e se envolver com assuntos ligados à cultura em geral.

Cobem – No geral, o Cobem debateu os aspectos atuais e as perspectivas para o futuro da educação médica tanto na graduação quanto na pós-graduação. O objetivo foi fortalecer o papel pedagógico na formação médica, com discussões sobre as competências para a docência em saúde, mais especificamente na medicina.
 
O público alvo do Cobem é tradicionalmente composto por diretores de escolas médicas, coordenadores de cursos de medicina, membros dos núcleos docentes estruturantes, docentes, discentes, profissionais da rede de serviços de saúde, preceptores especialistas, pesquisadores da área com destaque nacional e internacional e profissionais interessados na educação médica do país.

 

Fonte: CRM-ES

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