O diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e do Museu de História da Medicina (MUHM), o médico e ex-deputado federal Germano Bonow, foi orador, nesta quinta-feira (6), da audiência pública da subcomissão do Senado que trata de políticas para dependentes de drogas no País. A senadora gaúcha e relatora da subcomissão, Ana Amélia lemos, fez o convite para a participação do dirigente.
O médico reforçou que é preciso revisar urgentemente a execução da política brasileira, pois há carência de serviços. Em 20 anos, os leitos psiquiátricos passaram de 120 mil para 32 mil. Pouco mais de 2,5 mil vagas estão em hospitais gerais. Em Porto Alegre, o corte de leitos foi de 60%. O que está nas leis e na política federal para a área não saiu do papel e há preconceito do setor público com as fazendas terapêuticas, iniciativa de voluntários. No Estado, são mais de 180 instituições, advertiu o dirigente.
Bonow apresentou detalhes do relatório que ele elaborou em 2010, ainda como deputado federal, comparando as políticas na área de tratamento a dependentes no Brasil, Holanda, Itália (que inspirou a reforma psiquiátrica no estado) e Portugal. A Câmara dos Deputados criou uma comissão externa para coletar informações e confrontar os modelos.
No confronto de modelos, a comissão mostrou que a diferença mais ostensiva está no acesso a tratamento. Nos países europeus, o viciado que quer se tratar encontra assistência, da internação a outros tipos de serviços. No Brasil, a estrutura é deficitária. Bonow alertou que falta interligação dos serviços do SUS que atendem dependentes (do hospital, postos às fazendas terapêuticas). Também levou o apelo da entidade e da categoria médica, além das instituições que combatem o uso de drogas no estado para que não ocorra a liberalização do uso de maconha.
Fonte: Simers