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A doença de Alzheimer foi o tema tratado na manhã desta sexta-feira (28), em Brasília, durante o Network Ibero-americano da International Association of Bioethics (IAB) e I Encontro do Conselho Federal de Medicina (CFM) e Observatório da Universidade de Barcelona.

Segundo a geriatra, Cláudia Burlá, os profissionais devem estar preparados para a identificação e valoração contínua do paciente com a doença de Alzheimer. “Não há como dar uma notícia de diagnostico e toda a família não adoecer. Essas pessoas precisam ser mais do que tratadas, serem cuidadas e protegidas”. A mesma opinião foi compartilhada pela diretora do Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor do Estado de São Paulo (HSPE), Maria Goretti: “é preciso dar dignidade para pessoa ao fim da vida”. As palestrantes são membro da Câmara Técnica sobre Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos do Conselho Federal de Medicina (CFM).

A doença compromete a capacidade cognitiva das pessoas em funções como memória, linguagem e habilidades visuais e espaciais, provocando mudanças de comportamento. Em mais da metade dos casos os sintomas são pouco valorizados pelos pacientes e pelos familiares.

Na avaliação de Cláudia Burlá, a doença é especialmente cruel por deteriorar a memória da pessoa acometida, minando sua identidade. Entre os tópicos de reflexão bioética suscitados pela enfermidade está o tratamento da fase avançada desta doença. “A perda da autonomia faz com que a pessoa fique dependente dos seus familiares e cuidadores para proverem as suas necessidades básicas da vida diária; na fase avançada, pode haver comprometimento da capacidade de deglutição, o que exige decisões sobre alimentação artificial”.

A filósofa Ana Carolina Fonseca questionou se o paciente deve ou não ser tratado como um indivíduo autônomo. “Para que alguém possa tomar uma decisão, é preciso que tenha condições psíquicas e legais”. Já a jurista Heloísa Barboza apontou que já existem instrumentos jurídicos sobre o assunto. “A presunção do Direito é que todos são capazes a partir que se atinge a maior idade, entretanto a Lei permite que haja uma interdição na pessoa física com base no laudo médico”.

 

Crescimento – De acordo com a Academia Brasileira de Neurologia (ABN), o Alzheimer atinge 7% da população entre 60 e 90 anos. O Alzheimer é uma doença degenerativa que atinge os neurônios. Por fatores biológicos, a partir dos 30 anos o ser humano começa a perder as células responsáveis pela condução dos impulsos nervosos, mas é depois dos 60 que a situação costuma começar a ficar crítica. No Brasil, de 1999 a 2008, o número de pessoas acometidas pela doença aumentou vertiginosamente: passou de 1.343 para 7.882. A expectativa é que se tenha 50 mil novos casos por ano no país.

Dados do mundo apontam 36 milhões de pessoas com o diagnóstico, no ano de 2030 serão 66 mi. Para Cláudia Burlá, a grande causa deste aumento exponencial da doença é o envelhecimento populacional. “É uma doença relacionada com a idade. Aos 85 anos de idade metade 47,8% da população apresenta demência”, apontou.

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