O câncer de mama é o mais frequente entre os tipos de câncer a atingir as mulheres. Cerca de 25% dos casos registrados são de câncer de mama, que é também a maior causa de morte por câncer entre mulheres. No Brasil, uma em cada 11 mulheres desenvolvem câncer de mama e existem de 3 a 5 casos em cada grupo de 1.000 mulheres com mais de 40 anos. A atriz Patrícia Pillar, 37, anunciou na terça-feira, por meio de um comunicado à imprensa, que retirou um tumor ainda em estágio inicial em dezembro passado e que agora se submete a quimioterapia para evitar que o câncer volte a se manifestar em seu corpo. Setenta por cento dos casos de câncer de mama são diagnosticados tardiamente, o que dificulta a cura definitiva. Mas a doença, apesar de não apresentar sintomas como dores ou febre, é fácil de ser percebida. Alguns sinais são visíveis e servem de alerta: caroços, manchas e sangramento das mamas e o afundamento dos mamilos. E a doença não é exclusividade feminina: 1% dos casos de câncer de mama ocorre em homens. Exames Por isso, é importante que se faça o auto-exame. As mulheres devem fazê-lo todos os meses, logo depois de terminada a menstruação. Caso algum sinal seja percebido, o médico deve ser comunicado, para que o tratamento seja feito rapidamente. O ideal é que a mulher procure o médico antes que o caroço esteja palpável, ou que esteja ainda pequeno, medindo no máximo um centímetro. O auto-exame facilita a descoberta precoce da doença, mas nos casos em que o tumor já está maior, o correto é fazer um exame clínico e, se necessário, uma mamografia, para verificar a extensão e a gravidade do tumor. Não é preciso se alarmar. Nem todos os tumores ou manchas são malignos e significam que você tem câncer. O câncer é o crescimento descontrolado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. Quando o câncer se espalha, forma metástases. Um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original e quase nunca se transforma em risco de morte. O conselho médico é que a mulher faça pelo menos uma mamografia aos 35 e outra aos 38 anos. Após os 40 anos, a mamografia deve ser feita anualmente, com o objetivo de se prevenir da doença. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) recomenda que mulheres com situação de alto risco façam consulta ao médico uma ou duas vezes por ano e uma mamografia anual, independentemente de não ser diagnosticada nenhuma alteração no exame clínico. Alto risco, nesse caso, pode ser representado por história familiar de câncer de mama em ascendentes ou parentes diretos (mãe ou irmã) na pré-menopausa, aparecimento de disfunção e crescimento da mama ou até mesmo um câncer de mama apresentado anteriormente em seu próprio organismo. O Ministério da Saúde realiza o Viva Mulher – Programa Nacional de Controle de Câncer do Colo do Útero e de Mama, que incentiva a realização de exames clínicos, como forma de detecção da doença. Frequência A maior incidência do câncer de mama está entre mulheres de 45 a 55 anos, sejam mulheres que já passaram pela menopausa, sejam mulheres que já fizeram cirurgia para retirar o útero. Nesses casos, como não há o período menstrual para marcar o dia do auto-exame, a mulher deve escolher uma data para realizá-lo. Ela deve fazer mamografia regularmente a partir dessa faixa etária, de preferência uma vez por ano. Com menor frequência, o problema aparece a partir dos 25 anos, o que indica que dessa idade em diante a mulher deve consultar o ginecologista anualmente, mas ainda não é necessário o exame de mamografia a cada consulta. Mas mesmo as adolescentes devem se auto-examinar, para que aprendam a conhecer o próprio corpo e sejam capazes de identificar possíveis alterações. Não há comprovação científica da hereditariedade do câncer de mama, mas é recomendável que você fique atenta à possibilidade da doença se houver casos de câncer na família, principalmente entre mãe ou irmãs. Mas independentemente de ser uma doença hereditária, há indícios de que cada pessoa tenha ou não predisposição para desenvolver o câncer. Fontes: Maria Elisabeth Mesquita, coordenadora da campanha contra o câncer de mama da Sociedade Brasileira de Mastologia; Carlos Ricardo Chagas, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Mastologia, Alexandre Bezerra de Carvalho, pesquisador do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz, e sites do Inca (Instituto Nacional de Câncer), Hospital do Câncer A.C. Camargo, Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Da Assessoria de Imprensa do Cremepe. Com Informações do Equiíbrio on Line.
Diferenças na mama podem ser sinal de câncer
05/02/2004 | 02:00