De acordo com o estudo Demografia Médica do Brasil 2015, lançado nesta segunda-feira (30), dos médicos em atividade no Brasil, 59% – ou 228.862 – têm pelo menos um título de especialista. Os outros 159.341 profissionais (41% do total), denominados generalistas pelo estudo, não têm título emitido por sociedade de especialidade ou por programa de Residência Médica. O estudo, na íntegra, pode ser acessado aqui.

Com este cálculo, o percentual de especialistas no Brasil fica próximo aos de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cujas populações médicas apresentam, em média, a seguinte configuração: 60% de especialistas, 30% de generalistas e 10% de médicos sem identificação desta informação.
Países como Alemanha, Holanda, Canadá, França e Austrália têm proporção de especialistas entre 60% e 52%. Entre os países com maior número de especialistas estão os Estados Unidos (88%) e Suécia (84%). O coordenador da pesquisa Demografia Médica 2015, Mario Scheffer, ressalta que a comparação entre os dados brasileiros e de outros países deve ser feita com ressalvas, já que a definição de “generalistas” e “especialistas” varia conforme a legislação local, as regras de graduação e das residências médicas.
Cabe ainda ressaltar que, 64.192 especialistas possuem dois ou mais títulos. O Demografia Médica no Brasil 2015 atualiza levantamento sobre o número de médicos especialistas titulados e sua distribuição entre as 53 especialidades médicas e entre as 27 unidades da federação.
De acordo com o estudo Demografia Médica no Brasil 2015, o aumento do número de médicos especialistas nos últimos anos pode ser reflexo da melhor qualidade e completude dos bancos de dados utilizados. Outro fator que pode estar causando mudança neste aspecto é a expansão dos programas e o crescimento no total de vagas de Residência Médica.
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