Olhar para o sinal de trânsito e enxergar a cor verde como um “branco meio sujo” pode ser desesperador para muitas pessoas acostumadas a distinguir bem as três cores do semáforo, no entanto para um daltônico o problema é facilmente contornado. “É só saber a ordem das cores, o vermelho em cima e maior, o amarelo no meio e o verde embaixo”, explica o empresário Luís Perez, 63 anos, que faz parte dos cerca de 5% da população mundial que tem daltonismo. O distúrbio, também chamado discromatopsia, é causado por uma alteração genética que limita a capacidade da retina de distinguir as cores, principalmente as variações do verde e do vermelho. Embora seja um problema ainda sem cura, é possível conviver com a diferença, que não causa qualquer outra alteração na vista, conservando a acuidade visual da pessoa. Como a maior parte dos casos são classificados em leves e moderados, poucos são os empecilhos para quem possui o distúrbio. “Só atrapalha profissionalmente se o indivíduo quiser ser piloto, membro das forças armadas ou motorista de caminhão ou ônibus”, esclarece o oftalmologista do Serviço Oftalmológico de Pernambuco (Seope) Rilcon Coelho, que também faz perícia para as Forças Armadas e para o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Segundo o médico, daltônicos só podem requerer habilitação nas categorias A (motocicleta) e B (carros de passeio). Apenas nos casos considerados graves, quando só se vê em preto e branco, algo incomum, a pessoa não pode dirigir. O bancário Pedro José Valdevino, 53, chegou a ser reprovado no primeiro teste oftalmológico que fez para tirar a carteira de motorista por não conseguir distinguir as cores. Numa segunda tentativa, ele conseguiu passar porque o médico fez o teste simulando um semáforo. “Até hoje, renovar a habilitação é um sacrifício”, revela o bancário. A dificuldade de Perez para manter a habilitação é maior. Ele só consegue uma nova via da carteira após passar por uma junta médica do Detran. Contudo, para o empresário, a alteração visual não atrapalha o seu dia-a-dia. “Confundo azul claro com roxo e lilás, também tenho dificuldades com o marrom e as variações do verde e do vermelho, mas isso não chega a ser um problema. Para evitar que eu saia de casa parecendo um palhaço, sempre pergunto a minha esposa se a gravata tá combinando com o terno e os sapatos”, brinca. Para diferenciar as cores, os daltônicos costumam desenvolver mais a capacidade de contraste da visão, que evidencia o claro e o escuro. Segundo o oftalmologista, essa é uma maneira usada por quem tem o distúrbio, mas não é algo confiável. “As cores não se dividem apenas em claro e escuro, como também não podem ser separadas por ter maior ou menor luminosidade”, justifica o médico. Bolinhas coloridas identificam distúrbio Para saber se uma pessoa é daltônica, é usado um método simples chamado de Teste de Ishihara’s, que consiste numa cartela com pequenas bolinhas coloridas, em geral verdes e vermelhas, formando números. Quem possui o distúrbio, não consegue visualizar os números. É esse exame que é usado nas avaliações do Detran e das Forças Armadas. De acordo com o oftalmologista Rilcon Coelho, não é comum realizar esse tipo de teste quando as pessoas vão aos consultórios pela primeira vez checar a capacidade visual. Desta forma, muitos só descobrem que são daltônicos quando precisam fazer um exame específico, como aconteceu ao bancário Pedro Valdevino. Aprovado no concorrido concurso do Banco do Brasil, aos 20 anos de idade, ele ficou surpreso ao ser comunicado pelo médico que era daltônico. “Eu nem sabia o que era isso e nunca tinha percebido o problema. O médico disse que só me passaria porque eu havia acertado o vermelho”, relatou o bancário. Já o empresário Luís Perez soube que era daltônico aos 7 anos porque num desenho escolar pintou um rosto de marrom, quando o resto da turma escolheu tons rosados. “O professor desconfiou de daltonismo e fez o teste comigo”, relatou. Como a alteração costuma atingir gerações alternadas de uma mesma família, o neto do empresário, de apenas 5 anos, já fez o exame e constatou que herdou a peculiaridade do avô. “Quem tem probabilidade de possuir o distúrbio, deve realizar o teste, pois quanto mais cedo descobrir, é mais fácil conviver com o problema”, aconselha o médico. Mulheres daltônicas: caso raro na medicina Uma minoria estimada em 3%, as mulheres daltônicas são um caso raro na medicina. O curioso é que são justamente elas as responsáveis pela transmissão do gen alterado. Os seres humanos são formados pela combinação de diversas partículas, chamadas cromossomos, que entre outras características, especificam o sexo de cada bebê. A mulher detém dois cromossomos XX e o homem, um X e um Y. O daltonismo é causado por uma variação desse X, denominada recessiva, cuja nomenclatura é em letra minúscula (x). Portanto, se a mãe do bebê possuir esse x e ele receber do pai o cromo ssomo Y, ele será do sexo masculino – devido a junção dos dois cromossomos diferentes – x+Y – e terá daltonismo. Para haver o caso de uma mulher daltônica, o pai teria que ser portador do distúrbio e a mãe ter o cromossomo recessivo, para acontecer a combinação x+x, o que é raríssimo, segundo os especialistas. Por essa razão que, em geral, numa família onde há daltônicos, a maioria dos homens da mesma geração herda o problema, como aconteceu com o bancário Valdevino, que dos cinco irmãos, quatro são daltônicos. A mesma ocorrência acometeu a família do empresário Perez, cujos três irmãos são daltônicos. Com o avanço da medicina e das pesquisas em torno do código genético, o oftalmologista Rilcon Coelho acredita que daqui a dez anos os médicos já possam evitar o nascimento de pessoas daltônicas por meio da seleção de genes. Da Assessoria de Imprensa do Cremepe. Com informações da Folha de Pernambuco.

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