Pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas demonstra uma suposta escassez de médicos no Brasil, tendo como base o número de profissionais no interior. O presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, sustenta que a falta de um plano de carreira para médicos do SUS e as más condições de trabalho são os principais fatores responsáveis pela má distribuição de médicos no Brasil. – Existem mais de 320 mil médicos em atividade no país e as faculdades de medicina oferecem 17.154 vagas anualmente. Há médicos suficientes, porém, falta uma política de governo para levar esses profissionais às cidades do interior que necessitam, aos locais mais longínquos, dando-lhes condições de trabalho para um atendimento digno à população – argumenta Becker, destacando a necessidade de criação de um plano de carreira para os medicos do SUS a exemplo do que existe para a magistratura. O Brasil possui um médico a cada 870 habitantes, segundo pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este número está acima do ideal, segundo a Organização Mundial da Saúde, que recomenda um médico para cada mil habitantes. No entanto, cerca de três mil municípios brasileiros estão sem médicos ou com número insuficiente de profissionais, conforme foi abordado no simpósio “O Futuro das Escolas Médicas no Brasil”, realizado em abril deste ano e que contou com a participação do dr. Marco Antônio Becker. O Rio Grande do Sul forma 900 médicos por ano, em onze faculdades de medicina. No país, cerca de dez mil médicos são formados a cada ano. O Brasil é o segundo país do mundo no número de escolas médicas, com 175, perdendo apenas para a Índia – os Estados Unidos possuem 126 faculdades, com 113 milhões de habitantes a mais. – Desta forma, não é necessária a abertura de novas faculdades de medicina. O Cremers, inclusive, foi a única entidade no país a conseguir o fechamento de duas escolas médicas, na Unijuí e na Unicruz, preocupado com a qualidade e não com a quantidade na formação de médicos – afirma Becker. Fonte: Cremers