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Conselho Federal de Medicina

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Foto: CremerjRepresentantes do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) participaram de uma reunião nessa quarta-feira, 11, com o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Cláudio Gheventer para chamar a atenção para questões críticas que vêm ocorrendo na área da saúde suplementar, com destaque para a Resolução Normativa (RN) 346/2014, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que visa às “boas práticas” no setor. O Conselho também apresentou ao MPF uma representação formal contra a RN. 

Na ocasião, a conselheira e coordenadora da Comissão de Saúde Suplementar (Comssu) do Cremerj, Márcia Rosa de Araujo, destacou que a RN 346 abre espaço para reduzir a utilização dos pagamentos por procedimento, oferecendo pacotes, consultórios-satélites e outras formas de gerenciamento de custos, que podem infringir a Resolução 152/2000 do Cremerj. 

Quanto ao Projeto de Lei (PL) 6.964/2010, o Cremerj explicou que os médicos conveniados não possuem uma legislação que garanta o reajuste anual, por exemplo. Após uma manobra da ANS para tentar arquivar o projeto, as entidades médicas conseguiram reverter a situação e o PL foi encaminhado para a sanção da presidente Dilma Rousseff. 

“Não há uma legislação com relação à contratualização dos médicos e isso coloca a nossa categoria à mercê das operadoras, seja para credenciamento ou descredenciamento ou, ainda, definição de honorários. Esse projeto é bastante importante para o movimento médico”, disse Márcia Rosa. 

O Cremerj também criticou medidas que algumas operadoras têm tomado, como a criação de consultório-satélite, em que o plano de saúde passa a controlar a agenda do médico, e o “managed care”, que visa ao gerenciamento de custos, ou seja, cercear o acesso de exames e procedimentos através dos médicos. 

O procurador Cláudio Gheventer ouviu atentamente as explanações e considerou como preocupante todos os pontos apresentados. “Vamos instaurar uma investigação para apurar esse caso da RN da ANS. É importante fazer isso antes de qualquer regulamentação, porque, depois fica mais difícil de contestar. De tudo que vocês falaram, há situações que nos preocupam e o Ministério Público Federal vai acompanhar. Agradecemos a vinda do Cremerj e, se vocês tiverem novos documentos, peço que nos encaminhem”, ressaltou. 

Para Márcia Rosa, o Conselho tem um compromisso em fiscalizar a ética na medicina e o apoio do MPF é fundamental.“O MPF tem tido uma relação muito boa com a nossa categoria. Esse acompanhamento vai ser de extrema importância para o nosso movimento. Como guardiões da ética, não podemos aceitar esses absurdos que estão tentando implementar na saúde suplementar, que podem resultar em barreiras ao acesso dos pacientes (usuários) aos exames e procedimentos, colocando os médicos no papel de porteiros do sistema”, afirmou.

 Também participaram da reunião o conselheiro do Cremerj e vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá; os conselheiros do Cremerj José Ramon Blanco e Ricardo Bastos; o assessor jurídico do Conselho Carlos Alexandre Ramos; e a assessora jurídica do MPF Camile Simas.

 

Fonte: Cremerj  

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