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Em entrevista à imprensa nesta 3ª feira, o presidente do Cremego criticou o programa lançado pelo governo federalEm entrevista coletiva à imprensa, na manhã desta terça-feira (9), o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues Filho, disse que o governo ouviu, mas não entendeu a voz das ruas e que a classe médica brasileira está estarrecida com as trapalhadas da Medida Provisória que cria o programa Mais Médicos
 
O programa “Mais Médicos”, anunciado pelo Governo Federal, apresenta medidas que não resolverão o caos instalado na saúde pública brasileira e se preocupa mais com a quantidade de médicos em atuação do que com a qualidade da assistência prestada à população. A opinião é do presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, para quem a presidente Dilma Rousseff ouviu, mas não compreendeu as ruas.

Em entrevista coletiva à imprensa, ele observou que a Medida Provisória que cria o programa Mais Médicos só pode dar errado, porque está cheia de trapalhadas que deixaram a classe médica estarrecida. Um exemplo são as mudanças no curso de medicina. “A presidente baixou medidas que afetam profundamente a formação dos médicos sem antes discuti-las com as entidades médicas e com as universidades e, assim, ficou exposta a erros técnicos e políticos”, diz Salomão Rodrigues.

O programa prevê que os alunos que ingressarem no curso de medicina a partir de 2015 terão não seis, mas oito anos de curso, sendo os dois últimos de trabalho obrigatório nas pequenas cidades para quais forem escalados. “Nestes dois anos serão estudantes ou serão médicos? Se forem estudantes precisarão ter ao seu lado professores, que não existem nas pequenas cidades. Se forem médicos, não terão eles o direito constitucional de escolher onde morar e trabalhar?”, questiona o presidente do Cremego, que classificou os dois anos extras de curso propostos pelo governo, como “trabalho escravo”.

Salomão Rodrigues cita que para Anis Kfouri Junior, conselheiro da OAB, obrigar o estudante a trabalhar na área pública pode violar o livre exercício profissional e a depender do texto da MP, esse estágio no SUS pode ser anticonstitucional.

O presidente do Cremego também critica o anúncio de criação de novas vagas em cursos de medicina. O governo anunciou a meta de criar 11.447 novas vagas em cursos de medicina até 2017, mas, segundo ele, se esqueceu de que mais de metade das atuais escolas de medicina não dispõe de hospital escola o que deveria ser prioridade, pois sem ele é impossível formar um bom médico.
 

“Não faltam médicos. Faltam condições de trabalho”, ressalta Salomão Rodrigues
 
 

O presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, ressalta que a premissa de que faltam médicos no Brasil está errada. O que faltam, segundo ele, são condições de trabalho para o médico e estrutura adequada para o exercício da medicina. Para ele, percebe-se que o governo quer quantidade e não qualidade, mas as medidas anunciadas não vão ter o condão de estimular o médico a se fixar no interior, pois a falta de condições de trabalho e a precariedade dos vínculos trabalhistas, comum em muitas cidades, afastam o profissional.

“Hoje, o médico não vai porque não tem condições de trabalho, não tem segurança trabalhista”, diz, acrescentando que nas pequenas e médias cidades faltam hospitais, laboratórios, agências transfusionais de sangue e pessoal técnico para formar a equipe médica. Para Salomão Rodrigues, a solução para suprir a falta de médicos em regiões de déficit está na criação de uma carreira de Estado para o médico e na oferta de condições dignas de atendimento.

Ele observa que embora o governo tenha desistido da ideia absurda de trazer médicos cubanos com apenas 3 anos de curso de formação, a insistência em trazer médicos estrangeiros sem a revalidação de seus diplomas continua preocupando as entidades médicas, pois é vista como uma ameaça à população a ser assistida. “Qualquer médico estrangeiro bem formado não encontra dificuldade para revalidar seu diploma no Brasil”, afirma Salomão Rodrigues, que reforça que as entidades não são contra a vinda de médicos formados no exterior, desde que tenham seus diplomas revalidados.

Entidades vão discutir ações políticas, jurídicas e deflagração de uma greve geral

Amanhã, 10, o presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, participa da uma reunião das entidades médicas nacionais, em Brasília, para decidir quais medidas serão adotadas pelos médicos diante dos anúncios do governo. Em pauta: a deflagração de uma greve geral, ações judiciais e ações políticas junto ao Congresso Nacional e mobilizações nas ruas. Fiquem atentos aos informativos do Cremego, AMG e Simego com novas informações sobre o assunto.

 

Fone: Cremego

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