No mesmo dia em que o coordenador de saúde mental do Ministério da Saúde, Pedro Delgado, disse em Salvador que entre todos os Manicômios Judiciários do País o pior é o da Bahia, o Cremeb tomou a iniciativa de denunciar à imprensa a precária situação do Hospital de Custódia e Tratamento (HCT). Somente no primeiro semestre deste ano, 18 mortes ocorreram no local, das quais cinco violentas – quatro por motivo de agressão entre os internos e um suicídio. As restantes, por falta de medicação. Os funcionários, ali, tornaram-se reféns do medo. Num estabelecimento com capacidade para abrigar 280 internos, mas no qual estão confinados mais de 450, o quadro não poderia ser melhor. O psiquiatra e conselheiro Antonio Nery Filho comparou: “É como uma superpopulação de ratos. Eles acabam se destruindo”. Na coletiva convocada pelo Cremeb, também estiveram os conselheiros Jecé Brandão (presidente), Jorge Cerqueira (vice-presidente), José Márcio Villaça Maia (1º secretário) e Maria Madalena de Santana (diretora do Departamento de Fiscalização). Eles descreveram o estado lastimável do Manicômio Judiciário, tema de relatórios divulgados nas páginas do Jornal do Cremeb. Um deles foi entregue no começo de março ao secretário estadual de Justiça, Sergio Sanches Ferreira. O chamamento aos meios de comunicação ficou decidido em sessão plenária do Cremeb. Várias equipes de TV e jornais compareceram. A conselheira Maria Madalena de Santana não conteve as lágrimas ao lembrar um dos internos que viu no HCT. Trancado num quarto imundo, gritava de um jeito desesperado, “com os olhos parecendo que iam saltar das órbitas”. Antonio Nery Filho também definiu, condoído, o que considera “uma grande prisão de doentes mentais”. Disse que até hoje sonha com as imagens que presenciou (faz 20 anos que deixou o plantão no manicômio). O vice-presidente Jorge Cerqueira esclareceu à imprensa, quando interpelado, o motivo de o Cremeb ter se pronunciado publicamente somente agora sobre o caso, quando desde o início de 2003 já tinha conhecimento das denúncias do jornal A TARDE e da Associação Psiquiátrica da Bahia. Como compete à instituição, assinalou que todas as medidas possíveis foram tomadas. Desde o dia 19 de fevereiro, o Cremeb vem realizando visitas àquela que deveria ser uma unidade de custódia e tratamento. Um pedido de audiência com o governador Paulo Souto foi feito, mas demorou duas semanas para ser marcado. Todos os órgãos responsáveis foram acionados, conforme explicou o 1º secretário, José Márcio Villaça Maia. A interdição ética do HCT chegou a ser cogitada pelo Cremeb, mas não foi aceita pelo corpo clínico nem pelos funcionários, informou Jorge Cerqueira. Na prática, isto desobrigaria qualquer médico de trabalhar ali dentro e os internos teriam de ser deslocados para outro lugar (que não existe). O representante do Ministério da Saúde, o psiquiatra Paulo Delgado, defendeu uma intervenção dos governos federal e estadual no hospital, a fim de conter o problema.

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