Entre os efeitos dos coquetéis estariam a diminuição do HDL e o aumento da gordura no sangue. Em apenas um ano, medicação causaria espessamento considerável da camada íntima da carótida. Dados do Programa Nacional de DST e Aids mostram que desde 1999 a taxa de mortalidade por aids se mantém estabilizada no Brasil: 6,3 óbitos por 100 mil habitantes, por conta de políticas governamentais e do avanço dos anti-retrovirais(ARV), que aumentaram a sobrevida dos pacientes.Entretanto, segundo Bruno Carameli, pesquisador da Universidade de São Paulo, se por um lado os remédios modernos combatem a aids, por outro, os coquetéis são altamente aterogênicos: em apenas quatro semanas de uso aumentariam as chances de o paciente desenvolver doenças cardiovasculares(DCV). “Quanto maior o tempo de uso, mais aumentam os fatores de risco”, disse o pesquisador. Carameli afirmou que, com o aumento cada vez maior da sobrevida, é provável que as DCVs se tornem uma das principais causas de óbito entre os portadores do vírus da aids. Entre os efeitos dos coquetéis estariam a diminuição do HDL (colesterol bom), o aumento da gordura no sangue e a queda de sua absorção pelo organismo. Carameli afirma que em apenas um ano da medicação, já ocorre um espessamento considerável da camada íntima da carótida.”É uma combinação altamente explosiva”, afirmou. Como a medicação é fundamental para a sobrevivência dos pacientes, o pesquisador defende alterações no estilo de vida com o objetivo de compensar os efeitos colaterais do tratamento. No caso dos adultos, a primeira medida seria o combate ao tabagismo – 56% dos infectados fumam – e à dislipidemia (alteração nos níveis de lipídios), que atinge 45% deles. No caso das crianças, o recomendável é uma alimentação saudável e a prática de exercícios regulares, além do combate à obesidade. O pesquisador citou o benzafibrato como possibilidade terapêutica capaz de diminuir os efeitos aterogênicos dos coquetéis. Segundo ele, experiência do InCor (Instituto do Coração) obteve resultados expressivos na diminuição do nível de triglicérides e do colesterol LDL, além de pequeno aumento do HDL. “Esse é um campo em que a cardiologia tem muito a contribuir”, afirmou Carameli. Fonte: FENAM (Com informações da Agência Notisa)
Coquetéis contra aids aumentariam risco de doenças cardiovasculares
01/12/2004 | 02:00