
“A deficiência tem que ser detectada para que se corrijam os problemas e não apenas punir os estudantes”, concluiu o presidente do Conselho Regional de Medicina do Ceará (CRM-CE), Ivan Moura Fé. O debate foi realizado durante o II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina do ano de 2010 (ENCM), nesta quarta-feira (1º), em Brasília (DF).
As Comissões de Ensino e de Assuntos Políticos do Conselho Federal de Medicina (CFM) estudarão o melhor modelo a ser aplicado na medicina, bem como se haverá necessidade de se implementar a proposta por projeto de lei. O grupo ainda precisa definir quem seria o responsável pela avaliação, bem como a melhor forma a ser adotada.
Diálogo – O 1º vice-presidente do CFM, Carlos Vital, destacou que um exame único ao final do curso não oferece segurança à sociedade. “O exame não avalia habilidades, competências e comportamentos, além de não ter respaldo científico. Pune os estudantes e não erradica as causas da falta de qualificação”. De acordo com o ele, o modelo mais indicado é o de avaliação por meio de testes progressivos ao longo do curso.
Já o conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Reinaldo Ayer, apresentou a experiência do CRM que desde 2005 aplica prova – não obrigatória – para os alunos do 5º e 6º ano.
Para Ayer, a reprovação de mais da metade dos alunos evidencia que o ensino precisa de uma urgente avaliação. “A proposta foi verificar em que medida os cursos de medicina estão proporcionando a seus egressos formação compatível com o perfil esperado para um médico que completa sua formação”, apontou. Segundo ele, as escolas mais novas e privadas tiveram piores resultados.