A obesidade e a hipertensão estão cada vez mais prevalentes na população brasileira e há uma perspectiva de que o País, entre os emergentes, seja o campeão de mortalidade cardiovascular, nas próximas décadas. Atualmente morrem 320 mil pessoas por doenças cardiovasculares no Brasil (69 mil no Estado de São Paulo), já sendo a principal causa de mortes. Só a hipertensão atinge 30% da população adulta. A obesidade e o sobrepeso juntas chegam a 48,5% dos brasileiros.
Para o presidente da Socesp – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Carlos Costa Magalhães, é preciso amplificar as políticas de saúde e campanhas de esclarecimento. “A prevenção cardiovascular precisa ser mais bem trabalhada, porque países de primeiro mundo, como os Estados Unidos, tem modificado a mortalidade cardiovascular nos últimos 15 anos, sendo mais eficazes do que nós”, explica Magalhães. O XXXIII Congresso da Socesp, que começa na próxima quinta, dia 07, em São Paulo vai discutir o tema para buscar soluções.
Carlos Costa Magalhães conta que nos Estados Unidos até a primeira dama, Michele Obama está na mídia fazendo campanha contra a obesidade. Eles têm sobretaxado refrigerantes, produtos com elevado teor de gordura e promovido campanhas para crianças e adolescentes. Por aqui, um estudo piloto feito na região da Mogiana, com 35 mil crianças, identificou sobrepeso e obesidade em 32% das crianças em fase escolar, entre 8 e 12 anos. “O que não deve ser muito diferente nas outras regiões do Estado. Os jovens estão mais sedentários, comendo pior – doces, gorduras, sal e refrigerantes – e certamente serão cardiopatas em pouco tempo”, alerta. Segundo o presidente da Socesp, a chance de um adulto jovem sobreviver, com esses padrões e hábitos alimentares, até os 40 é muito pequena. “Criança que não faz mais atividade física, não joga mais bola na rua, não anda de bicicleta, se alimenta com fast food, doces e refrigerantes vai morrer antes dos próprios pais. É uma geração que tem um futuro muito complicado”, conclui.
O presidente da Socesp lembra que a chegada, nas últimas décadas, da estatina – medicamento que controla o colesterol – conseguiu reduzir em 30% a mortalidade cardiovascular. “Mas ela atua em quem tem colesterol de origem genética. Em cada dez pessoas com colesterol elevado, sete são por causa da hereditariedade. Os demais precisam mudar hábitos, não adianta só tomar remédios”, esclarece Magalhães.
XXXI CONGRESSO SOCESP
Data: 07 a 09 de junho de 2012
Local: Transamérica Expo Center
Endereço: Av. Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387
Informações e inscrições: www.Socesp.org.br ou pelos telefones: (11) 3179-0049 / 0068 / 0039 / 0042.
Fonte: Socesp