Em virtude das notícias veiculadas na imprensa nacional, dando conta de que o Saúde Bradesco, a Sul América e outras empresas intermediadoras de saúde anunciaram aumentos de até 81,6% para seus associados, as entidades médicas nacionais (Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos) vêm a público registrar sua mais profunda indignação com esse novo abuso contra os cidadãos que se utilizam do sistema de saúde suplementar. 1. Os reajustes acumulados para os usuários no setor de planos de saúde, entre janeiro de 1997 e abril de 2004, foram da ordem de 248,77%, enquanto o ICV (Índice do Custo de Vida) atingiu, no mesmo período, 72,63%, de acordo com o DIEESE; 2. Em maio de 2004, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou um novo reajuste de 11,75%, enquanto a inflação no período foi de 5,89%; 3. Historicamente, as empresas do setor figuram entre as líderes nos rankings de reclamações dos órgãos de Defesa do Consumidor; 4. Há cerca de dez anos que empresas de planos de saúde não repassam reajustes para os médicos; 5. Esse setor da economia vem praticando aumentos abusivos ao longo dos anos, sem oferecer contrapartida nem aos usuários nem aos médicos; 6. É de suma importância informar que a luta que os médicos travam atualmente pela implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos visa coibir abusos, adequando uma lista de procedimentos atualizada de acordo com o avanço tecnológico da Medicina, com o objetivo de melhorar a qualidade da assistência aos pacientes e, simultaneamente, de oferecer aos profissionais médicos as condições adequadas para uma prática médica cada vez melhor e condizente com as necessidades dos cidadãos brasileiros; 7. As entidades médicas anunciam que colocaram em funcionamento o telefone 0800.8877700, para que os pacientes possam denunciar os abusos das operadoras; 8. Os médicos brasileiros não admitem que as empresas de planos de saúde penalizem mais uma vez os pacientes com reajustes abusivos que, por seu ônus, podem inviabilizar tratamentos e colocar em risco vidas humanas. Associação Médica Brasileira Conselho Federal de Medicina Federação Nacional dos Médicos
Comunicado aos usuários de planos de saúde
16/07/2004 | 03:00