O Conselho Federal de Medicina (CFM) foi sede, nesta quarta-feira (25), da primeira reunião da Comissão de Parto Normal do CFM com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A comissão foi formada a partir das discussões sobre o movimento em favor do parto normal capitaneado pela ANS, motivado pelo índice preocupante (80%) de partos cesáreos na assistência suplementar à saúde – a recomendação da Organização Mundial da Saúde é de 15%. O Conselho Federal de Medicina apresentou uma série de contrapontos ao encaminhamento daquele movimento e agora as duas entidades se uniram para discutir o tema. A reunião foi classificada como o início de uma articulação conjunta para melhorar a qualidade de assistência ao parto e propor a melhor abordagem para reduzir esse índice, que reflete um problema complexo e multifatorial. Foram apresentadas questões e demarcados os pontos de contato entre as entidades e os principais desafios, entre eles a desconstrução da concepção cultural de que o uso da tecnologia significa melhor cuidado, o que nem sempre é verdade. Em nome do CFM, o coordenador da comissão, José Fernando Maia Vinagre, e o conselheiro Aloísio Tibiriçá propuseram fazer um convite à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e à Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para integrarem a comissão. Participaram da reunião os conselheiros José Vinagre, Clóvis Constantino, Pedro Pablo Chacel e Aloísio Tibiriçá, e os representantes da ANS, Martha Oliveira, Karla Coelho e Heitor de Freitas. A próxima reunião está marcada para o mês de julho.
Comissão abre caminho para discussão do parto normal
25/06/2008 | 03:00