A principal consequência do programa Mais Médicos foi a abertura de escolas médicas, não resolvendo os problemas assistenciais do país, nem preenchendo os vazios assistenciais. Essa foi a conclusão da mesa redonda “Cinco anos após a lei do Mais Médicos: de lá para cá, o que mudou?”, realizada na tarde do dia 25 de julho, durante o 3° Fórum Nacional de Integração do Médico Jovem – construindo o futuro da medicina brasileira, promovido pelo CFM e pelo Cremesp, nos dias 25 e 26 de julho, em São Paulo.
O primeiro palestrante foi o professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Rondônia (Unir) José Ferrari, que fez um histórico sobre a implantação do programa e relatou como é realizado o trabalho de preceptoria dos intercambistas, já que a Unir acompanha os participantes do programa. “No começo, os cubanos não sabiam usar a internet, nem sabiam como funcionava o SUS”, contou. Ferrari afirmou, ainda, que os prefeitos já estão começando a questionar o programa, já que ele não está resolvendo os problemas de saúde da população, como mostram os recentes dados epidemiológicos. Acesse a apresentação aqui.
Para o conselheiro federal Lúcio Flávio Gonzaga, que falou em seguida, o programa partiu de um diagnóstico errado “de que faltava médicos no Brasil”, aplicou uma terapêutica incorreta “de contratação de profissionais sem Revalida”, o que conduziu a resultados “pífios e insatisfatórios”, tanto que os “vazios assistenciais permanecem” (acesse a apresentação aqui). Em seguida, o presidente da Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo (AMRESP), Guilherme Andrade Peixoto, falou sobre o “Médico Jovem e o mercado de trabalho” falou sobre a organização da residência médica no Brasil e a realidade enfrentada pelo médico residente. “Com a proliferação das escolas médicas, ficou mais difícil o futuro profissional dos novos médicos, sendo necessário um bom planejamento profissional”, argumentou. A apresentação pode ser acessada aqui.
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