Os presidentes do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d’Avila; Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino de Araújo Cardoso Filho; e Federação Nacional dos Médicos, Cid Carvalhaes, participaram, dia 2 de novembro, do Fórum das Entidades Médicas do Brasil. A atividade aconteceu durante o XXIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria, realizado de 2 a 5 de novembro, no Rio de Janeiro. Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), também participou das discussões.
Em análise, estava o papel dos diversos setores da sociedade no atendimento em saúde mental disponibilizado à população e as formas de melhorá-lo. Durante a abertura do Fórum, o presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva, ressaltou que o Brasil tem uma das melhores psiquiatrias do mundo, mas o atendimento na rede pública ainda deixa a desejar. “Temos uma tristeza por que, nas instituições privadas, vemos medicina de primeiro mundo e, na pública, atendimento de terceiro mundo, apesar de pagarmos por uma medicina de primeiro mundo”, afirmou.
O presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, relatou que muitas pessoas tem procurado o Judiciário para garantir o acesso a medicamentos e tratamentos no SUS e até no sistema suplementar. Ele afirma que a procura não é apenas por medicamentos caros ou por produtos novos no mercado. “O remédio mais demandado hoje no Judiciário chama-se aspirina. Depois, em segundo ou terceiro lugar, vem o protetor solar. Em seguida, as fraldas descartáveis, principalmente para adultos e idosos. Todos esses itens constam da farmácia básica e deveriam ser distribuídos na farmácia do município”, revelou.
Para Roberto d’Avila, vive-se uma crise grave do setor público. “De cada quatro ou cinco reais, apenas um chega no paciente”, conclui.
O Congresso – Com o tema “Acesso a tratamento e justiça social”, o encontro trouxe ao Brasil cerca de 50 médicos do exterior. Entre eles, um Prêmio Nobel. O austríaco naturalizado americano, Eric Kandel, que fez conferência intitulada “Pesquisa translacional: um novo modo de tratar a doença mental”.
Pela primeira vez na história do Congresso, promotores do Ministério Público e peritos de diferentes Estados participaram do encontro como palestrantes ou como participantes de mesas redondas. Eles expuseram suas experiências em questões que tratam da saúde mental.
O 3º vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes, representou a entidade na solenidade de abertura do XXIX CBP. Emmanuel Fortes também participou de mesas-redondas, assim como o conselheiro federal Rubens dos Santos Silva e o presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues Filho.
A atriz Luiza Tomé foi a mestre de cerimônias, que ocorreu no RioCentro. Em seguida, ela participou de um talk show ao lado do poeta Ferreira Gullar. A cerimônia foi encerrada com um show do grupo Afroreggae. O locutor esportivo Luciano do Valle, as atrizes Cássia Kiss e Luciana Vendramini, o humorista Chico Anysio, além do escritor Ruy Castro, foram outras personalidades que participaram de atividades do CBP. A exemplo de Luiza Tomé e Ferreira Gullar, eles falaram aos médicos do ponto de vista de quem convive diariamente com diferentes formas do transtorno mental.
Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), editado por Conselho Federal de Medicina (CFM)
Fotos: ABP