É com profundo pesar que o Conselho Federal de Medicina (CFM) informa a perda do nobre colega e liderança do movimento médico, Francisco das Chagas Dias Monteiro, conhecido como Chico Passeata. “Siga, de mãos dadas, o caminho da esperança e busque a paz”, com estes versos de autoria dele, os médicos brasileiros se despedem do homem que lutou bravamente por um mundo melhor.
Sanitarista, grande defensor do Sistema Único de Saúde (SUS) e do serviço público no país, ele atuou como militante contra o regime militar e foi preso político em 1964. Admirado pelo seu caráter e firmeza de posições, Chico Passeata se converteu em exemplo para diferentes gerações de médicos e profissionais da saúde.
Chico tinha um vasto currículo, tanto como médico como sindicalista. Foi conselheiro do CFM (entre 1999 e 2002), participou do Conselho Regional de Medicina do Ceará (CRM-CE), atuou como representante dos médicos no Conselho Nacional de Saúde (CNS), presidiu o Sindicato dos Médicos do Ceará, entre vários outros cargos. Por onde passou, defendeu a democracia, a ética, os direitos humanos e o bom exercício da Medicina.
A contribuição do médico sanitarista vai muito além do Ceará, onde colaborou como profissional junto à Secretaria Estadual de Saúde. Chico Passeata participou do movimento pela reforma sanitária – ao lado de Sergio Arouca, considerado “o eterno guru da Reforma Sanitária” -, ajudando a construir o modelo assistencial existente no país.
Alegre, brincalhão, sempre solidário, sua figura sorridente ficará na memória dos que o conheceram. Impossível esquecer do chapéu panamá, companheiro sempre fiel, e da veia poética, expressa em dois livros: Sobrevivências e Contraponto.