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Conselho Federal de Medicina

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O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Ávila, considerou um avanço os critérios para a abertura de escolas médicas no país, recentemente anunciados pelo Ministério da Educação (MEC). Ele pontua que as medidas materializam reivindicações históricas das entidades de classe, especialmente dos conselhos, sempre preocupadas com a qualificação dos futuros profissionais.

“O Brasil precisa de médicos bem formados, bem qualificados e bem capacitados. Essas medidas que podem ajudar neste processo, mas ainda não podemos saber se elas terão impacto na cobertura dos chamados vazios assistenciais”, afirmou Roberto d’Avila.  Segundo o presidente do CFM, é muito difícil levar um corpo docente qualificado para o interior de alguns estados e garantir acesso dos estudantes a hospitais de ensino com infraestrutura adequada.

O aspecto positivo do anúncio, de acordo com o presidente, é que ele oferece argumentação técnica que pode se contrapor interesses meramente econômicos e políticos de alguns grupos, que até então têm prevalecido. “A abertura indiscriminada de cursos, especialmente privados, é uma preocupação do CFM. Não somos contrários desde que seja comprovada a necessidade social, ocorra o preenchimento de todos os critérios do MEC e exista a garantia da qualidade de ensino, com vagas para a residência médica”, ressaltou d’Avila.

Critérios – De acordo com o MEC, a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) da pasta optou por sistematizar os critérios de deferimento de cursos de medicina “para garantir mais transparência aos processos”. A legislação prevê que o Conselho Nacional de Saúde, em parecer, se manifeste sobre a abertura do curso. A partir de agora, porém, os procedimentos serão normatizados por meio de portaria ministerial.

Quanto à documentação, serão requeridos: um demonstrativo técnico que fundamente a relevância social da ampliação de vagas e um memorial do curso, que conste, entre outros documentos, o reconhecimento do curso pelo MEC , entre outros documentos.  Para que tenha o pedido atendido, a instituição deverá ter Índice Geral de Cursos (IGC) vigente igual ou maior que 3, Conceito Institucional (CI) igual ou maior que 3 e não poderá ter passado por supervisão institucional ativa ou supervisão instaurada em cursos na área de saúde. O número de vagas será proporcional ao número de médicos e de habitantes no estado.

O MEC também observará a infraestrutura de equipamentos públicos e programas de saúde existentes e disponíveis no município de oferta do curso. A concessão da autorização depende da existência de pelo menos três programas de residência médica nas especialidades prioritárias – clínica médica, cirurgia, ginecologia-obstetrícia, pediatria, medicina de família e comunidade.

Ensino médico no Brasil – Ao todo o país conta com 197 escolas (58% privadas) e 209 cursos de Medicina, número suficiente para formar o contingente de médicos que o Brasil precisa. Em números absolutos, o país só perde para a Índia em quantidade de escolas.  No entanto, números do próprio Ministério da Educação confirmam, no entanto, a fragilidade do ensino médico.

Levantamento realizado ao longo de dois anos, no âmbito da Comissão de Especialistas da Secretaria de Ensino Superior do próprio Ministério da Educação, (sob a supervisão do ex-ministro Adib Jatene), já demonstrou que parte significativa das escolas de medicina existentes não possuí condições de oferecer a capacitação necessária aos seus alunos. Os resultados mostraram que mais de 20 instituições alcançaram notas baixas (de 1 a 2) e nenhuma das 141 avaliadas conseguiu ser classificada na faixa máxima (nota 5).

Roberto d’Ávila suspeita que essas medidas não tenham impacto imediato para resolver a desigualdade na distribuição de médicos pelo país. Estes resultados poderão ser mensurados apenas em longo prazo, avalia. Para ele, a saída urgente para este problema que afeta o país passa pela criação de uma carreira de Estado para o médico no Sistema Único de Saúde (SUS) e uma política de interiorização da assistência em saúde garantem a fixação de profissionais nas áreas de difícil provimento.

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