Somente após superada esta etapa, terão início os trabalhos com o intuito de atualizar a Resolução CFM nº 1.480/97, que estabelece os critérios para definição de morte encefálica. De acordo com o presidente do Conselho Federal, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, o tema é complexo é será analisado com a cautela que exige devido ao impacto que pode causar sobre o número de transplantes realizados no Brasil.
De acordo com ele, tudo será feito para assegurar à sociedade o máximo de segurança neste processo. Na entrevista a seguir, Carlos Vital traz esclarecimentos sobre o tema:
Carlos Vital – Até o momento, não há nada definido. Em primeiro lugar, aguardamos a mudança no decreto nº 2.268/1997, cuja proposta de atualização foi encaminhada recentemente pelo Ministério da Saúde à Casa Civil da Presidência da República. Somente após a implementação de ajustes neste texto é que o tema será alvo de análise pelo Conselho Federal.
PM – Quem tomou a iniciativa de rever estes critérios?
CV – Esse é um pleito de todos os setores que estão envolvidos no processo de diagnóstico de morte encefálica, de uma maneira mais direta. Trata-se de assunto altamente relevante para a rotina das unidades de terapia intensiva e para o funcionamento do Sistema Nacional de Transplantes.
PM – É possível antecipar propostas em andamento?
CV – Como já disse, não há como antecipar nada sobre o assunto, pois os trabalhos realizados ainda dependem de análise da Plenária do CFM. Mas certamente a análise que será feita sobre o tema levará em consideração todos os aspectos envolvidos, especialmente a evolução tecnológica ocorrida entre 1997 e o momento atual, assim como as experiências de outros países.