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O custo social da hipertensão arterial, uma doença que afeta mais de 30 milhões de brasileiros que, a longo prazo, terão infartos, derrames ou problemas renais que tornam necessária hospitalização, será o tema de um evento que a Organização Panamericana de Saúde vai apresentar dentro do VII Congresso do Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

A preocupação da OPAS com a hipertensão no Brasil é tão grande, que enviará de Washington uma de suas maiores autoridades, o dr. Alberto Barceló, para participar do evento brasileiro. Sua presença foi confirmada pela representante no Brasil da organização internacional, Micheline Meiner.

A proposta do evento, que será no Maksoud de São Paulo, na semana que vem, é mostrar aos gestores de saúde brasileiros o alto custo do atendimento de um paciente infartado, por exemplo, em comparação ao baixíssimo investimento necessário para criar-se uma linha de cuidados aos portadores de doenças não transmissíveis, responsáveis por 70% das mortes que ocorrem no mundo, centrados no diagnóstico precoce e tratamento adequado dos doentes, assim com ações de prevenção de doenças e promoção de saúde.

Para Carlos Alberto Machado, que dirige os projetos sociais da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o preocupante é que o Brasil registra cerca de 315 mil mortes anuais por problemas cardíacos, boa parte dos quais decorrentes de hipertensão não tratada ao longo de anos e ausência de uma cultura de prevenção de doenças e promoção de saúde em nosso país.

“Acontece que nos anos recentes a melhoria das condições econômicas levou o brasileiro a se alimentar mais, mas não necessariamente melhor”, ensina Carlos Alberto, e a população está engordando, estatísticas recém-divulgadas mostram que 50% dos adultos brasileiros já têm problemas de sobrepeso. Para o especialista, esta recente epidemia de obesidade leva à multiplicação dos casos de hipertensão arterial e, a longo prazo, resultará em mais infartos e derrames.

Para os cardiologistas, o evento patrocinado pela OPAS é uma oportunidade de mostrar aos gestores de saúde, principalmente a quem atende os pacientes na linha de frente, nos postos da Atenção Básica de Saúde, que se um hipertenso não for tratado hoje, quando um remédio fornecido gratuitamente e cujo custo é de uns poucos reais, esse mesmo paciente vai exigir milhares de reais no futuro, gastos em hospitalização, internação em UTI em caso de infarto, “e isso sem contar o custo para sua própria família, à medida em que esse paciente para de trabalhar e de prover seu próprio sustento”.

Na visão do cardiologista, toda a rede de Saúde precisa estar preocupada com a hipertensão, o que significa que mesmo se um adolescente chegar a um posto de saúde queixando-se de cólicas, o médico deverá necessariamente checar sua pressão arterial, orientar para hábitos saudáveis de vida e receitar a medicação. “Mais importante, é necessário vincular o paciente à unidade de saúde”, diz Marcus Bolívar Malachias, que dirige o Departamento de Hipertensão da SBC. Ele insiste que um hipertenso não pode voltar para casa e ser esquecido, é preciso que quem o atendeu busque, de alguma forma, acompanhar a evolução do paciente e verificar se ele continua se medicando, se a pressão está controlada.

O desafio dos médicos é duplo, conclui Carlos Alberto: metade dos hipertensos brasileiros nem sequer sabe que tem hipertensão e essa parcela da população precisa ser diagnosticada e tratada. Segundo desafio, metade dos pacientes que sabem de sua condição de hipertensos abandona o tratamento depois de algum tempo, porque não sentem nada, já que a hipertensão é doença silenciosa, que só tem efeitos visíveis a longo prazo. “É preciso conscientizar esse público da importância da doença e aí o trabalho não é só do médico ou do gestor de Saúde, é preciso envolver a sociedade como um todo”.

 

SERVIÇO:

VII Congresso do Departamento de Hipertensão Arterial da SBC

Local: Hotel Maksoud Plaza – São Paulo – SP

Endereço: Alameda Campinas, 150

Data: 24 a 27 de novembro de 2010

Site: departamentos.cardiol.br/dha/congresso2010/

 

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