“O primeiro passo é alertar os médicos”, afirma o presidente do Departamento de Aterosclerose, Hermes Xavier, mas a partir de agosto será iniciada uma campanha para esclarecer o público leigo e, simultaneamente, será publicada uma Diretriz da Sociedade de Cardiologia, indicando aos médicos quando suspeitar, como diagnosticar e tratar a hipercolesterolemia familiar.
O cardiologista explica que muitos médicos ainda imaginam que condições genéticas atuando sobre o colesterol são raras, mas estudos recentes mostram que uma em quinhentas pessoas são vítimas desse problema. “O médico deve desconfiar, por exemplo quando atende a um caso de infarto precoce, alguém com menos de 40 anos”, diz ele, “ou então quando um paciente conta que parentes próximos tiveram problemas cardíacos e o exame mostra índices elevados de colesterol, na faixa de 300, por exemplo”.
Nesses casos a recomendação é que se faça a dosagem do colesterol em toda a família e quando há o fator genético o exame mostra que entre 10 parentes, cerca da metade vai apresentar o problema, que não é decorrente da alimentação, insiste Hermes Xavier. “Nessas pessoas, o colesterol em excesso é produzido pelo fígado e mesmo uma dieta rigorosa reduz no máximo 10% do colesterol”. Para tirar essas pessoas da faixa de risco, é necessário usar medicação, principalmente estatinas, que administradas corretamente reduzem o nível do colesterol, diminuem o risco cardiovascular e os pacientes passam a ter uma expectativa de vida condizente com a do restante da população.
Como o controle da hipercolesterolemia familiar se enquadra como medida de prevenção, o workshop está aberto a todos os profissionais de Saúde e não apenas aos cardiologistas. Ele será no Hotel Maksoud Plaza de São Paulo, das 9h30 às 17 hs e terá a participação de especialistas de várias áreas, como Frederick Raal, da África do Sul, que falará do trabalho desenvolvido no seu país, Alexandre Pereira, que é estudioso da base genética da doença e Maria Cristina Izar, cujo tema será o tratamento da hipercolesterolemia familiar e a experiência brasileira.
Fonte: SBC