Passados dez meses desde o lançamento da campanha Médicos com Deficiência do Conselho Federal de Medicina (CFM), 275 profissionais atualizaram seus cadastros junto aos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e informaram possuir algum tipo de necessidade.
Por meio das redes sociais e de e-mails, a autarquia tem incentivado os médicos com deficiência a atualizarem seus dados cadastrais assim como os novos médicos no ato do registro. O objetivo é saber quantos são, onde estão e quais os tipos de deficiência, a fim de apresentar propostas de políticas públicas que contemplem esses profissionais.
“Precisamos conhecer esses colegas. Pedimos que nos ajudem nesse projeto e nos relatem suas dificuldades e necessidades. Unidos poderemos fazer com que se cumpra o que é lei no País há quase 30 anos, integrando-os ao seu ambiente de trabalho, beneficiando a população que é atendida nas mesmas unidades de saúde e estudantes de medicina e de outras profissões”, defendeu Sidnei Ferreira, autor da proposta e 2º secretário do CFM.
Até este início de mês, a estratificação por gênero mostrou que 60% dos que atenderam ao convite do CFM são homens e 40% mulheres. Pelo balanço parcial das deficiências autorreferidas, a motora foi a mais indicada nas respostas dos médicos que atualizaram seus cadastros (54,9%). 16% dos profissionais afirmam ter problemas auditivos, 17% declararam alguma deficiência visual e 11% não especificaram. Em 23% dos casos, a informação é de que a deficiência é congênita e os demais indicaram que ela foi adquirida.
O maior percentual de médicos está em Minas Gerais, com um quarto dos registros, seguido de São Paulo, onde estão 17% do total. No Acre, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, um único médico em cada estado informou ter algum tipo de deficiência. Até o fechamento desta edição, nenhum profissional de Tocantins e Amapá haviam informado atualização dessa natureza em seu cadastro.
Internet – Essas informações estão sendo solicitadas, desde julho de 2016, também dos egressos que se inscrevem nos CRMs. Esse dado é pedido quando o profissional preenche o Pré-Médico, questionário disponível nos portais dos conselhos regionais como etapa do processo de inscrição do médico. No questionário, o médico informa se tem deficiência, se ela é visual, auditiva, motora ou outra; se é congênita ou adquirida e se o médico está adaptado.
Outra prioridade do CFM para este ano é a nova forma de apresentação do Portal Médico, com a inclusão de ferramentas para viabilizar o acesso por deficientes visuais e auditivos. Atualmente, os sites do CFM oferecem conteúdos que permitem aumentar e diminuir as fontes, além de voltar ao tamanho padrão e alterar o tom das cores, de forma a realçar o conteúdo em detrimento do fundo da tela.
Na internet, o termo “acessibilidade” refere-se aos mecanismos que permitem que todos possam ter acesso aos sites, independente de possuírem alguma deficiência ou não.
Essas recomendações passam pelo tamanho e cor da fonte, pela localização dos espaços clicáveis, pela facilidade de disponibilização de conteúdo e por outras sugestões relativas até aos códigos das páginas (HTML e CSS, entre outros).
Registro de médicos com deficiência |
||
Unidade da federação |
Quantidade |
Distribuição (%) |
Acre |
1 |
0% |
Alagoas |
2 |
1% |
Amazonas |
3 |
1% |
Bahia |
11
|
4% |
Ceará |
2 |
1%
|
Distrito Federal |
14 |
6% |
Espírito Santo |
12 |
5% |
Goiás |
11 |
4% |
Maranhão |
5 |
2% |
Mato Grosso |
7 |
3% |
Mato Grosso do Sul |
1
|
0% |
Minas Gerais |
62 |
25% |
Pará |
4 |
2% |
Paraíba |
4 |
2% |
Paraná |
12 |
5% |
Pernambuco |
8 |
3% |
Piauí |
2 |
1% |
Rio de Janeiro |
6 |
2% |
Rio Grande do Norte |
4 |
2% |
Rio Grande do Sul |
1 |
0% |
Rondônia |
5 |
2% |
Roraima |
3 |
1% |
Santa Catarina |
21 |
9% |
São Paulo | 43 | 17% |
Sergipe | 3 | 1% |
TOTAL | 247 | 100% |
Em caso de dúvidas, os interessados em participar do processo podem encaminhar e-mail para cfm@portalmedico.org.br.