A partir de agora, os mais de 430 mil índios brasileiros terão acesso mais rápido à rede hospitalar de média e alta complexidade e demais serviços especializados do Sistema Único de Saúde (SUS). A Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão executivo do Ministério da Saúde, cadastrou no Sistema de Dados do Ministério da Saúde (Datasus), todos os indígenas atendidos pela fundação, registrados no Sistema de Atenção à Saúde Indígena (Siasi). Com o cadastramento, os indígenas receberam um número de identificação, equivalente ao do Cartão SUS, facilitando o acesso à rede hospitalar do SUS. Segundo o diretor de Saúde Indígena da Funasa, Alexandre Padilha, um dos maiores obstáculos para o atendimento dessas populações na rede SUS era exatamente a falta de um documento de identificação. Muitos indígenas deixavam de realizar tratamento de câncer, por exemplo, ou exames e cirurgias mais complexas, por não possuírem número no Cadastro de Pessoa Física (CPF), no Registro Geral (RG) ou mesmo uma certidão administrativa, emitida pela Funai. O cadastro vai garantir essa identificação, agilizando, conseqüentemente, o acesso do índio aos hospitais e serviços do SUS. Uma particularidade do cadastro registrado no Datasus é que as informações foram levantadas pelas próprias equipes multidisciplinares de saúde indígena, respeitando a diversidade da população, sua forma de organização no território e seus aspectos culturais. O cadastramento no Datasus vai facilitar, também, o monitoramento, por parte dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei), da utilização do Incentivo para Assistência Ambulatorial e Hospitalar e de Apoio Diagnóstico à População Indígena (Iapi), repassado pelo Ministério da Saúde aos hospitais conveniados com a Funasa. Atualmente, a fundação conta com uma rede de 343 hospitais referenciados para atendimento às populações indígenas. A medida é uma das primeiras iniciativas do plano integrado de ações do Ministério da Saúde para comunidades indígenas. Lançado em abril deste ano, “o plano tem como propósito integrar as ações das diversas secretarias do ministério com vistas à inclusão social e redução dos índices de mortalidade materno-infantil da população indígena”, informa Alexandre Padilha. Fonte: Agência Saúde