A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde construirá o primeiro laboratório brasileiro de referência nacional com área de máxima segurança, em Brasília, até o final de 2007. As obras serão iniciadas em abril deste ano, logo após a finalização do projeto, prevista para março. Ao todo, serão investidos R$ 20 milhões, financiados com recursos da União e do Banco Mundial. Este será o terceiro laboratório nas Américas com uma área de Nível de Biossegurança 4 (NB4), tornando o país referência para diagnósticos e pesquisas com agentes que só podem ser manipulados nestas instalações. As outras duas unidades estão nos Estados Unidos e Canadá. Na área NB4 do laboratório de referência nacional, técnicos e pesquisadores terão condições adequadas para produção de vírus utilizados em estudos com agentes que não pertencem à ecologia brasileira, como o vírus Ebola, de transmissão aérea e de alta letalidade. Um dos aspectos mais relevantes desta ação é o de elevar significativamente a capacidade tecnológica do Sistema Único de Saúde (SUS) no diagnóstico de doenças provocadas por agentes perigosos, sejam elas emergentes ou reemergentes. Representará também autonomia para o Brasil na realização de atividades que, antes, exigiam o envio de amostras para laboratórios fora do país. A implantação da área NB4 em Brasília integra a Política Nacional de Biossegurança, em prática desde o ano 2000. Rede nacional – Em 2004, o Brasil começou a implantar a primeira rede de áreas de Nível de Biossegurança 3 (NB3) na Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, vinculados ao SUS. Uma unidade laboratorial NB3 consiste numa área especial instalada e equipada para o desenvolvimento e execução de estudos relacionados ao diagnóstico e à detecção de agentes como o vírus que provoca a hantavirose ou a bactéria do Antraz. No ano passado, o Ministério da Saúde inaugurou as quatro primeiras áreas, uma no Recife, Pernambuco, uma em Fortaleza, Ceará, e duas em São Paulo, Capital. Outras cinco áreas serão inauguradas até o final deste ano e mais três em 2006. As áreas NB3 no Brasil serão referências importantes para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e América Latina, pois representarão o fortalecimento da vigilância epidemiológica em toda a região, em especial para doenças de transmissão respiratória, provocadas por vírus, bactérias e fungos que pertencem à Classe de Risco III ou que, por exigência metodológica, exijam o aumento da concentração desses agentes biológicos. Desta forma, os agentes não podem ser manipulados em ambientes sem as adequadas estruturas física e tecnológica. Ao todo, serão instaladas 12 áreas em unidades da Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, formada por Laboratórios Centrais (Lacen), vinculados às Secretarias de Estado da Saúde (SES), e também por instituições de Referência Nacional, vinculados ao Ministério da Saúde. Cada uma destas áreas custa, aproximadamente, R$ 2,5 milhões, perfazendo investimento de cerca de R$ 30 milhões. Confira abaixo as instituições selecionadas para a instalação das áreas NB3: Bacteriologia/Tuberculose -Instituto Adolfo Lutz/SES/SP. -Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Ceará/SES/CE. -Laboratório Central do Distrito Federal/SES/DF Virologia -Instituto Evandro Chagas/SVS/MS/PA -Instituto Octávio Magalhães/FUNED/SES/MG -Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/FIOCRUZ/PE -Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul/SES/RS -Instituto Pasteur/SES/SP -Departamento de Viorologia do IOC/FIOCRUZ/RJ -Instituto de Medicina Tropical/IMTM/SES/AM -Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz/FIOCRUZ/BA -Centro de Pesquisa em Medicina Tropical/CEPEM/SES/RO Fonte: Ministério da Sáude
Brasil terá laboratório de máxima segurança
14/01/2005 | 02:00