Durante o Sexto Congresso Mundial de Bioética, que acontece até o dia 03 de novembro, na Academia de Tênis, em Brasília, a utilização dos avanços da ciência e da tecnologia estará sendo debatida pelos maiores especialistas nacionais e internacionais da área. É o caso, por exemplo, do anúncio que fará o filósofo inglês John Harris na conferência Genoma, o Valor da Vida e dos Direitos Humanos. O Professor da Universidade de Manchester, John Harris vai discutir a ética e as implicações dos direitos humanos quanto às células embrionárias e a clonagem reprodutiva humana. “A pesquisa das células tronco abre perspectivas para o tratamento de doenças ameaçadoras e pode favorecer a longevidade”, defenderá o bioeticista, embora admitindo que muitos percebam o mundo de hoje como o cenário de um pesadelo, no qual os homens controlam a evolução e a própria natureza humana. Debate Conferencista da sessão plenária da manhã de sábado, dia 2 de novembro, John Harris terá o professor titular de ética médica da USP e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (1998-01), Marco Segre, como debatedor. A Visão de Segre Segre vai concordar com a visão de Harris, alegando ser covardia a questão de que o homem está brincando de Deus, quando se avalia as conquistas da ciência e da tecnologia – como reprodução assistida, intervenção sobre o gene humano, clonagem. Ganhador do prêmio Jabuti com o livro Bioética, publicado pela USP quando o assunto ainda era novidade, Segre se diz surpreso ante os que defendem o fim mesmo da pesquisa, em plena vigência de massacres de populações, discriminações, miséria, doença e riscos para a preservação da espécie. “O direito humano deve ser respeitado num olhar pluralista, individual e coletivamente, e não importa se essa percepção fundamental emana de um enfoque religioso ou de uma noção de existência absolutamente livre”, diz, citando Sartre.
Bioeticista anuncia a Iminência da Criação do Homem Imortal
01/11/2002 | 03:00