
Segurança: para Kotzias, população recorreu aos planos para se proteger
Apesar de o Produto Interno Bruto brasileiro ter recuado 4,1% em 2020, o que poderia levar a uma redução no número de beneficiários dos planos de saúde, a quantidade de segurados chegou a 48,1 milhões, o maior número em cinco anos.
Segundo o Boletim Covid-19 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), divulgado em maio, mais de 1 milhão de pessoas aderiram a um plano de saúde entre abril de 2020 e abril de 2021. Para o coordenador da Comissão de Saúde Suplementar do Conselho Federal de Medicina (CFM), Anastácio Kotzias, a pandemia de covid-19 explica esse aumento: “diante da falta de vagas em unidades de terapia intensiva (UTIs) nos hospitais públicos, as pessoas procuraram se proteger na saúde suplementar”, avalia.
A expansão foi maior entre pessoas com mais de 59 anos, público que mais foi vítima do novo coronavírus no início da pandemia. Entre abril de 2020 e abril de 2021, o número de beneficiários com mais de 59 anos nos planos coletivos empresariais subiu 3,8%, ante 2,36% na faixa abaixo dessa idade.
Para planos coletivos por adesão, o número de beneficiários idosos aumentou 1,84%, contra 1,23% entre os mais jovens. Já nos planos individuais e familiares, houve aumento de 2,65% no índice de maiores de 59 anos atendidos, e queda de 0,9% entre os mais jovens. Os números da ANS também mostram que a inadimplência em abril de 2021 estava em 6%, dois pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado. “Ou seja, a pessoa deixa de viajar, de ir a restaurantes, reduz no supermercado, mas mantém o plano em dia, com medo de vir a precisar do hospital no meio da pandemia”, observa Kotzias.