Realizado há 4 anos pelo governo do Estado através da Secretaria de Saúde o Programa Atendimento Médico Itinerante, atende as comunidades isoladas com especialidades médicas. Em setembro de 2000 uma equipe de médicos e enfermeiros saiu de Rio Branco rumo ao município de Jordão, para dar início a uma nova experiência na área de saúde: atender pacientes em regime de mutirão. Num fim de semana, uma média de 14 médicos 3 enfermeiras e auxiliares, estariam à disposição da comunidade para atendimentos médicos com vá-rias especialidades como ginecologia, pediatria, ultra-sonografia, oftalmologia, psiquiatria, dermatologia, cardiologia, infectologia e clínica geral. A idéia deu certo. Oitocentas pessoas foram atendidas, algumas até com pequenas cirurgias. Surgiu com isso um dos programas de saúde mais importantes da Amazônia Ocidental, o Atendimento Médico Itinerante que fun-ciona através de uma parceria entre o governo do Estado com a Secretaria Estadual de Saúde e o gabinete do senador Tião Viana. Nos últimos quatro anos, 17 dos 22 municípios do Estado foram visitados pelo programa pelo menos duas vezes. Mais de 60 mil pessoas foram atendidas. Dessas, cerca de 5% continuam o atendimento através do Tratamento Fora de Domicílio. É o caso da professora Katiana Silva Teixeira, de 29 anos de Idade que estava com uma lesão de terceiro grau no útero, e só descobriu ao procurar o atendimento da equipe do itinerante no município de Jordão, onde mora. Ela fez a consulta e quinze dias depois foi avisada que teria que ir para Rio Branco para se tratar de um início de câncer no útero. A equipe do programa providenciou os meios de conduzir a paciente até Rio Branco. Na época, a pista do município de Jordão não estava oferecendo condições de pouso e decolagem de avião com mais de duas pessoas e Katiana Teixeira teve que descer o Rio Tarauacá em três dias de viagem de barco. De Tarauacá pegou o avião para Rio Branco. “É uma viagem cansativa mas eu sabia que se não a enfrentasse poderia morrer”, disse Katiana. “Quando cheguei em Rio Branco estranhei a recepção que tive, nunca vi o poder público tratar tão bem as pessoas”, afirmou ao comentar o trabalho das pessoas escaladas pelo Programa de Atendimento Médico Itinerante para cuidar do caso dela. Segundo Katiana as consultas e exames a que teve que se submeter foram agilizadas pela equipe de forma que ela não teve de ficar em nenhum momento em fila de espera. Resultados – Katiana Teixeira se submeteu a uma cirurgia. “Já liguei para milha família em casa para dar a boa notícia de que estou curada”. “Agora terei mais cuidado e de seis em seis meses farei exames preventivos”, afirmou. A ginecologista Margarete Antunes Pereira analisa o Atendimento Médico Itinerante como uma grande idéia para suprir a necessidade das famílias mais carentes. Ela alerta as mulheres para, em se tratando do exame preventivo de colo de útero, que não esperem só pelo programa mas que agende anualmente esse exame. A coordenadora do Programa de Atendimento Médico Itinerante Celene Prado Maia, diz que a cada ano o programa tem sido mais aperfeiçoado para atender melhor a população dos municípios e garante que em 2005 os trabalhos continuam. O senador Tião Viana está pleiteando junto ao Ministério da Saúde a liberação de dois milhões de reais para o programa. Fonte: Jornal A GAZETA, edição de 06 de janeiro de 2005.
Atendimento Itinerante leva vida ao interior do Estado
07/01/2005 | 02:00