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O Corpo Clínico do Hospital da Santa Casa de Misericórdia do Acre, reunido em Plenárias realizadas nos dias 07 e 11 de abril do corrente ano, para apreciar e manifestar-se a respeito dos conflitos existentes nessa unidade de saúde, vem a público expor o seguinte: 1.- Há anos que somos silenciosas testemunhas da crescente dilapidação do patrimônio da Santa Casa de Misericórdia do Acre, hoje resumido ao vetusto e obsoleto prédio onde funciona o Hospital, sem que esse processo de destruição tenha viso de finalização outro que não seja o desaparecimento da entidade, consumida pelas inúmeras dívidas existentes. 2.- A Santa Casa sobrevive quase que exclusivamente com os recursos que aufere dos serviços médicos prestados no Hospital, complementados com os alugueres de consultórios e em muito menor proporção, com subvenções do Estado e contribuições de sócios. O Hospital, que em seus tempos áureos contou com 150 leitos para todas as clínicas, onde os pacientes faziam questão de serem internados não apenas pelas acomodações, senão pelo prestígio de seu Corpo Clínico, hoje encontra-se reduzido a muito pouco. 3.- A caótica situação financeira da Santa Casa não deixa margens para falsas expectativas de solução. Se de um lado a despesa é absurdamente maior que a receita, de outro, a falta de credibilidade dos seus administradores inviabiliza qualquer intenção de investimento de quem quer que seja. Até para nós, médicos, a situação tornou-se insustentável de vez que os pacientes se negam a serem internados no Hospital por conta das lamentáveis condições em que o mesmo se encontra. 4.- O modelo administrativo e gerencial implantado na Santa Casa encontra-se completamente defasado, engessando qualquer possibilidade de adequação aos novos tempos. No Brasil, somente as Santas Casas que tiveram a coragem de mudar o arcaico arcabouço estatutário ressurgiram de suas cinzas e se transformaram em centros de excelência. Para tanto, porém, é necessário construir um modelo de gerenciamento profissional, onde seja valorado unicamente o mérito profissional. Modelo onde a transparência ande ao lado da eficiência. 5.- O Corpo Clínico cansou de carregar a culpa por todos os reclamos dos pacientes e da população. Cansou de ser responsabilizado por todos os insucessos acontecidos em tratamentos realizados, muitos dos quais decorrentes de condições não ideais de trabalho em que atuamos. Cansou de ser acusado pela falta de equipamentos para dar suporte a procedimentos cirúrgicos de maior porte, pela inexistência de medicamentos imprescindíveis, os quais hoje são adquiridos no mercado varejista; pela constante ingerência de Diretores da Santa Casa em questões eminentemente médicas, autorizando ou promovendo verdadeiras anomalias, como a de internar parturientes sem ordem do médico plantonista. 6.- O Corpo Clínico da Santa Casa cansou reclamar e de ser observador passivo dessas e outras mazelas que ademais de estressantes para o médico poderão colocar em risco de vida a população atendida no Hospital. 7.- Por último, deixamos claro que não se trata de reivindicação despropositada ou presa a questiúnculas de ordem pessoal, ou vinculada a ganhos financeiros. Muito pelo contrário. Os médicos que conformam o Corpo Clínico da Santa Casa não são empregados daquela entidade. São prestadores de serviço que recebem pelo que produzem, portanto, serão eles os principais afetados com a decisão que tomaram, porém que assumem, porque o sacrifício é vital para a sobrevivência da Santa Casa. Ou se muda agora ou não haverá mais tempo para recuperação. 8.- O Corpo Clínico tentou evitar este confronto; colocou os problemas de forma clara e ética, sem envolvimento de terceiros ou da imprensa eis que não busca promoção pessoal. Não foi compreendido, pelo contrário, foi agredido e ofendido de forma leviana e desinformada. Na busca do melhor para o que resta da Santa Casa, o Hospital, o seu Corpo Clínico se dispôs a colaborar de todas as formas. Conformou uma Comissão para, no lapso de 60 dias, buscar novos e mais eficientes modelos de gerenciamento e fontes de receitas, além de convocar eleições, propiciando, dessa forma, um novo interlocutor para a sociedade e os prováveis investidores, pensando sempre no soerguimento da entidade. 9.- Não restou outra saída que a que aqui se anuncia. Em face do impasse instalado, o qual somente será superado com a renúncia da atual Diretoria da Santa Casa, por encontra-se desprovida de qualquer credibilidade para produzir mudanças, com base no decidido nas Plenárias do Corpo Clínico, a partir da presente data, os médicos que compõem o Corpo Clínico da Santa Casa, informam ao povo do Acre, que suspendem suas atividades naquele nosocômio, por tempo indeterminado, até que as condições de trabalho existentes sejam modificadas e permitam o exercício da medicina com segurança e dignidade para o paciente.

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