A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vem agindo para conter os casos de contaminação pós-cirúrgicas por Micobactérias de Crescimento Rápido (MCRs) no Brasil e está reforçando a importância dos médicos para conter as ocorrências. Infecções por Micobactérias, em proporções como as encontradas no Brasil, não têm registro anteriores no país ou no mundo, configurando-se epidemiologicamente como uma doença emergente. De 2003 até julho de 2008, foram notificados 2.032 casos suspeitos, distribuídos em hospitais públicos, privados e clínicas de estética. Deste total, 1.937 foram confirmados. Já foram comunicados casos no Distrito Federal e em 15 estados brasileiros, podendo ainda haver casos não notificados em outros estados. A situação é considerada um problema de saúde pública. Foi detectado que a maior parte das infecções por Micobactérias estão ligadas a falhas nos processos de limpeza e de esterilização de produtos médicos classificados como “produtos críticos”. De acordo com a Resolução RE nº 2606, de 11 de agosto de 2006, da Agência, esse tipo de produto (artigo ou equipamento utilizado em procedimentos invasivos com penetração de pele e mucosas adjacentes, tecidos subepteliais, e sistema vascular, incluindo também todos os artigos que estejam diretamente conectados com esses sistemas) deve ser esterilizado, e não apenas desinfetado, como vem ocorrendo na maioria dos serviços. Para a contenção dos casos de infecção, a Anvisa alerta aos médicos para que observem se os procedimentos de limpeza e esterilização dos produtos a serem utilizados em procedimentos seguiram integralmente os protocolos de limpeza e esterilização. Além de reforçar as orientações para que os profissionais e serviços de saúde cumpram com rigor técnico a limpeza, desinfecção e esterilização dos produtos, a Anvisa reforça as orientações para que sejam notificados os casos suspeitos. Os Formulários de Notificações estão disponíveis no site da Anvisa. Amostras biológicas colhidas em pessoas submetidas a procedimentos invasivos, em sua maioria do tipo videoscopias, particularmente nas efetuadas por videocirurgias, confirmaram a ocorrência de infecção pela espécie Mycobacterium massiliense, micobactéria encontrada no solo e na água. A hipótese mais forte é a de que procedimentos incorretos de esterilização tenham possibilitado a permanência do microorganismo nos instrumentais médicos. Mais informações sobre esse assunto podem ser obtidas no link. Com informações da Anvisa
Anvisa reforça papel do médico para conter ocorrências de infecção por Micobactérias
26/08/2008 | 03:00