Apesar da interdição do bloco G do Hospital Getúlio Vargas (HGV), esvaziado na última sexta-feira por uma recomendação da Procuradoria Regional do Trabalho, centenas de pessoas procuraram o ambulatório da unidade na manhã de ontem. Desavisados, os pacientes se dirigiram ao hospital para a realização de consultas médicas marcadas com antecedência e se depararam com as portas fechadas. Diante da situação, a diretoria do HGV se reuniu ontem à tarde para achar uma solução para o caso. “Nossa prioridade é reabrir a emergência, o que deve acontecer em uma ou duas semanas. No caso do ambulatório, a idéia é aproveitar o espaço da unidade leve (área atualmente usada para estacionar as ambulâncias), onde o setor já funcionou, mas isso vai depender de reformas que ainda não têm prazo para começar”, disse o diretor do HGV, Jorge Valadares. O bloco G foi interditado depois que vários estalos na estrutura da construção foram ouvidos no início da semana passada, seguidos do trincamento de janelas de vidro e do aparecimento de rachaduras nas paredes. Mesmo com um laudo assinado por dois engenheiros garantindo que o bloco não vai desabar, os funcionários do local se recusaram a continuar trabalhando. Por dia, o HGV registra uma média de 500 atendimentos na emergência e mais 700 nos ambulatórios. A demanda da urgência da unidade está sendo redistribuída nos hospitais da Restauração, Agamenon Magalhães e Otávio de Freitas. Já os pacientes ambulatoriais estão sendo aconselhados a esperar até que seja providenciada uma solução definitiva para o problema. HR – Um dia depois de enfrentar superlotação e falta de macas pelo excessivo número de pacientes provocado pelo fechamento da emergência do HGV, o HR teve ontem um dia de movimentação mais tranqüila apesar de não contar com um chefe de plantão. Mesmo assim, a unidade de trauma, que ficou lotada no domingo, ainda abrigava um número de pacientes acima da sua capacidade. Tanto macas quanto cadeiras de rodas foram enviadas do HGV para o HR. Das 7h às 18h de ontem, foram realizados303 atendimentos de emergência no hospital. Faltam remédios de distribuição gratuita Pacientes que dependem de medicamentos distribuídos gratuitamente pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) estão denunciando a falta de diversos remédios de uso contínuo na Farmácia Pedro II, responsável por disponibilizá-los aos doentes. Há cerca de um mês, os estoques de produtos usados para controlar epilepsia e tratar doentes renais se esgotaram e, até agora, não foram repostos. Sem dispor do medicamento para a filha de 10 anos vítima de uma lesão cerebral, a jornalista Margarete Mariano vem comprando os remédios da criança em dosagens menores. Para custear os medicamentos, Margarete já gastou, até agora, cerca de R$ 400,00. A garota toma, diariamente, oito comprimidos de Topamax, que desde o dia 15 está em falta. “Ela também precisa de uma caixa de Sabril por mês, que custa R$ 127,00 nas farmácias”, explica. Também tiveram a distribuição suspensa os medicamentos Eritropoetina, para doentes renais, e Prograf, utilizado para evitar a rejeição de órgãos transplantados. Para o presidente da organizaçãoCompanheiros do Renal Crônico (Creco), Reinaldo Cesar, a situação chegou a um ponto insuportável. “A SES alega que esses medicamentos não são prioridade, e enquanto isso, as pessoas que dependem deles vão morrendo aos poucos”, lamenta. A Secretaria de Saúde informou que a falta dos remédios foi provocada por problemas burocráticos com as empresas responsáveis pelo fornecimento. Segundo o gerente de assistência farmacêutica, Edmilson Nascimento, o problema deve ser solucionado dentro de 48 horas. Da Assessoria de Imprensa do Cremepe. Com Informações do Diário de Pernambuco.
Ambulatório do HGV pode ser relocado
09/11/2004 | 02:00