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Na manhã do dia 16 de março, os ortopedistas Rafael Mohriak, Fernando Ventin, Bernardo Barcellos, André Angelli e Lucas Boechat apresentaram os resultados da missão AMB- SOS Haiti, no auditório Lemos Torres, na Unifesp, em São Paulo. Mohriak, que conduziu a apresentação, fez um breve histórico da situação do Haiti antes do terremoto. Com fotos e vídeos, mostrou como foi o caminho de ônibus de Porto Príncipe até Les Cayes, onde ficaram alojados. “O Haiti tinha pouca estrutura para aguentar um desastre dessas proporções. Além da destruição, o que mais chamou atenção foi o cheiro. Desde o dia do terremoto, o lixo não estava sendo recolhido. Com o agravante de não ter mínima estrutura sanitária”. Segundo o médico, outro aspecto marcante foi a aparência fantasma de Porto Príncipe com muitas pessoas vagando sem rumo. Havia muitos acampamentos de refugiados, comércio de coletas agrícolas e de doações da Unicef. Os voluntários atenderam no Instituto Brenda Strafford, que não foi afetado pelo cismo. Antes do terremoto, o hospital era destinado apenas às cirurgias oftalmológicas e de otorrinolaringologia. Devido à tragédia, tornou-se um centro para vítimas de trauma ortopédico. “Tínhamos a enfermaria, duas salas cirúrgicas e algumas dificuldades para administrar. Não tínhamos a menor ideia do que os pacientes estavam falando e eles também não entendiam o que falávamos. Havia um pequeno dicionário de creole, mas quando conseguíamos perguntar, não entendíamos a resposta”, disse Mohriak. Para ele, conseguir vencer a barreira da comunicação foi muito gratificante. O ortopedista mostrou fotos do acampamento, das instalações sanitárias e relatou um pouco do cotidiano com a descrição de alguns casos clínicos. “Por meio das pequenas atitudes, a missão brasileira foi reconhecida pela boa vontade para se adaptar aos costumes locais e não ferir a cultura das pessoas”, concluiu. Em seguida, José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, falou da experiência no Haiti e dos imprevistos, como a perfuradeira que não poderia ser esterilizada e foi necessário comprar ampolas de óxido de etileno para esterilizá-la. “A missão deu certo porque muita gente ajudou. Nos sentimos privilegiados de poder representar todos os médicos que não puderam ir. É muito importante entender que o trabalho que foi feito no Haiti deve continuar”, afirmou Gomes do Amaral. Segundo o presidente da AMB, o envolvimento nesse tipo de situação não é só pessoal. “Os médicos brasileiros, muito antes do serviço obrigatório, são formados para fazer assistência voluntária. Jamais aceitaríamos a imposição de fazer algo que, moralmente, já nos é obrigatório”. Gomes do Amaral finalizou a apresentação dizendo que a continuidade do trabalho será feita de diversas formas e uma delas é a criação de força tarefa permanentemente treinada em catástrofes. Fonte: AMB

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