O “dia D” da greve dos médicos foi adiado. A votação das propostas salariais feitas pelo Estado e pela Prefeitura, marcada para ontem, foi transferida para hoje, às 9h, quando a paralisação completa 13 dias. Ontem, os secretários estadual e municipal de Saúde apresentaram suas novas ofertas, entretanto, os grevistas parecem não ter gostado das propostas. Os médicos começaram a greve no dia 14 deste mês. Eles reivindicam piso salarial de R$ 7,5 mil e implantação imediata de um plano de cargos, carreiras e salários (PCCS). A assembléia geral da categoria, realizada ontem, reuniu cerca de 250 médicos que lotaram o saguão da sede do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM/AM), no conjunto Ajuricaba, bairro Planalto, Zona Oeste. Novas ofertas Em princípio, eles deveriam votar as ofertas de reajuste feitas na semana passada pela Prefeitura e pelo Estado, mas os titulares das duas pastas, Jesus Pinheiro (Semsa) e Wilson Alecrim (Susam), chegaram à assembléia com novas propostas. A oferta da Prefeitura consiste em instituir um piso salarial de R$ 4.067,70 para contratos de 20 horas. Sobre esse valor, há reajustes de acordo com uma tabela que leva em consideração o tempo de contrato e a qualificação do médico. A proposta prevê, também, a implantação de um plano de cargos, carreiras e salários que seria enviado para a Câmara Municipal de Manaus (CMM) em regime de urgência para que seja votado em até 30 dias. Atualmente, os médicos recebem vencimentos de R$ 300 que, acrescidos das gratificações e abonos somam, pelas mesmas 20 horas de trabalho, R$ 3.093. Estado A proposta da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) é a mesma que foi apresentada anteontem e consiste, basicamente, no aumento do vencimento de R$ 380 para R$ 1 mil, além do pagamento de gratificações que, juntas, chegam a um piso fixo de R$ 3,5 mil. Ainda está prevista uma gratificação por produtividade de R$ 500 para os médicos que aumentarem o número de atendimentos de 16 para 20 por dia. A proposta do Estado prevê reajuste de acordo com o tempo de serviço e a qualificação, além da aposentadoria com base no piso fixo de R$ 3,5 mil. Discussão Diante das novas propostas, a direção do Simeam decidiu adiar a votação das ofertas para hoje. “Ainda temos que analisar detalhadamente as duas ofertas. Não adianta fazer nada no calor do momento. Hoje (ontem), vamos nos reunir com a direção e avaliar os benefícios e prejuízos de cada uma”, afirmou a presidente do sindicato, Auxiliadora Brito. A nova assembléia geral da categoria está marcada para as 9h de hoje, na sede do Conselho Regional de Medicina do Amazonas. Fonte: A Crítica (AM), publicado em 27/02/2008
AM: Médicos analisam propostas
27/02/2008 | 03:00