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Cientistas pernambucanos e franceses partem para a segunda etapa da pesquisa de uma vacina terapêutica. Doze mulheres e oito homens serão submetidos aos testes Depois de anunciarem a descoberta de uma vacina terapêutica contra a Aids, cientistas pernambucanos e franceses partem agora para a segunda etapa da pesquisa. Nos próximos seis meses, 20 pacientes soropositivos serão submetidos aos testes, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O coordenador local da equipe, o médico Luiz Claudio Arraes, adianta que os voluntários já foram selecionados. São doze mulheres e oito homens com mais de 18 anos. O grupo passou por triagens psicológica, viral e imunológica. É que para participar da experiência é preciso ser soropositivo, mas ainda não ter desenvolvido a doença. A vacina usada nesta etapa será cem vezes mais potente. É feita a partir do vírus inativo, extraído do próprio paciente. O microrganismo é associado, em laboratório, a uma célula que faz com que o sistema imunológico reconheça e passe a combater mais rapidamente o vírus. A primeira vacina, testada em 18 paciente, reduziu em 80% a carga viral dos pacientes e teve os resultados publicados domingo na revista científica britânica Nature Medicine. Oito deles sequer apresentaram o HIV-1 durante mais de um ano. O medicamento, feito no Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika-UFPE), continha 40 milhões de células por milímetro cúbico. “Vamos aumentar essa dose em 100 vezes”, explica Arraes. A expectativa da equipe é conseguir uma redução de 100% da carga viral. Os testes custarão cerca de R$ 3,6 milhões. O dinheiro é proveniente de um doador francês, portador de um tipo raro de câncer no pâncreas. Antes de morrer, em 2001, ele destinou três milhões de euros (aproximadamente R$ 10,8 milhões) para pesquisas médicas por ter conseguido conviver durante sete anos com a doença graças a medicamentos franceses ainda em fase de testes. O estudo, em colaboração com a Faculdade de Medicina René Descartes, da Universidade de Paris, na França, tem ainda apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT) no valor de R$ 900 mil. Após os testes da segunda etapa, os pesquisadores partirão para a fase final do projeto. Com duração prevista para dois anos, envolverá centenas de voluntários, não só de Pernambuco, mas de outras partes do Brasil. Já estão confirmadas colaborações com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com a Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Um dos desafios dos pesquisadores na reta final será usar um vírus inativado que não do próprio paciente. “Não é prático coletar o sangue e isolar o vírus de cada paciente para poder fazer a vacina”, reconhece. Entidades elogiam descoberta, mas evitam as comemorações Divulgada às vésperas do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, comemorado hoje, a notícia de sucesso de uma nova vacina terapêutica contra a síndrome despertou, entre as entidades que trabalham com portadores do vírus HIV, um misto de otimismo e preocupação. Para integrantes de algumas dessas organizações, no momento há outras questões ligadas à doença que necessitam de um debate mais urgente. Gladston Lima, coordenador da organização não-governamental Gestos, acredita que não é hora de comemorar demais a eficácia da vacina. “Essa é uma pesquisa que ainda está na primeira fase, portanto ainda há muito o que se estudar. Mesmo assim, essa é uma descoberta que gera um impacto nas pessoas que vivem com HIV, que ficam logo querendo saber onde ter acesso a esse tratamento e quando elas poderão fazê-lo”, disse. A mesma preocupação tem Wladimir Reis, coordenador da Articulação Aids em Pernambuco, que congrega 39 entidades que atuam na área. “Ainda temos que saber, por exemplo, como essa vacina pode ser utilizada pela população e o custo que terá. Isso só veremos na terceira fase da pesquisa, mas já podemos dizer que esse controle da carga viral conseguido com a vacina é extremamente importante.” Outro efeito provocado pela repercussão da vacina temido pelas entidades é gerar na população o sentimento de que a Aids está sob controle. “As pessoas tendem a achar que há diminuição dos riscos e da vulnerabilidade, o que já aconteceu quando os medicamentos do coquetel anti-Aids foram lançados”, lembra Gladston Lima. Apesar dos anseios, as entidades consideram ser esse um momento propício para debater outras questões ligadas ao HIV no Brasil. Tanto que as manifestações do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, hoje, vão cobrar do poder público melhores políticas públicas de prevenção e tratamento, além de lembrar a quebra de patentes de medicamentos contra a Aids no país. Esse último problema, segundo Lima, pode gerar uma crise de distribuição de remédios a médio prazo, por tornar o custo do tratamento na rede pública de saúde mais alto. ATOS – Hoje, a Articulação Aids em Pernambuco faz ato público em frente ao Palácio do Campo das Princesas para protestar contra as precárias condições dos serviços públicos de saúde para portadores de HIV. Os manifestantes pretendem entregar um relatório ao governador do Estado, Jarbas Vasconcelos, no qual denunciam problemas como falta de leitos e má distribuição de preservativos. Diversos outros eventos estão agendados para todo o dia e seguem até sexta-feira. Da Assessoria de Imprensa do Cremepe. Com Informações do Jornal do Commercio.

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