FINAL FELIZ Atuação firme do Cremego ajuda no desfecho favorável aos médicos do Hugo. Eles receberão aumento que deve se estender para todos os colegas que trabalham no Estado. Chegou ao fim no dia 11 de março a paralisação dos neurocirurgiões do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Durante quase dois meses o assunto mexeu com a cidade (veja Entenda o caso) e mobilizou boa parte da classe médica e de autoridades ligadas à saúde. O Cremego teve papel decisivo na solução do impasse, já que intermediou a reunião onde se decidiu pelo fim da paralisação. Os colegas voltaram atrás da demissão depois de acertado um compromisso de recebimento do dobro do salário, a partir de 1 de abril. O Conselho ficará atento para saber se o que ficou acordado será cumprido pelo Governo de Goiás. O aumento vale a partir de abril e deve beneficiar, até o final do governo, toda a classe médica que trabalha para o Estado. Para os que atendem no Hugo os benefícios sairão imediatamente, com o aumento pago em forma de gratificação real, um sistema em que eles recebem a mais de acordo com o número de atendimentos, encaminhamentos, cirurgias e demais atos médicos. O limite, entretanto, não pode ultrapassar o dobro do salário atual. As outras unidades de saúde ainda não tem data para o aumento. Para ter direito à melhoria do salário, os médicos do Hugo serão avaliados também no que se refere a assiduidade, pontualidade e capacidade para resolução de problemas. Para Erso Guimarães, presidente do Cremego, houve justiça no acordo, mas a entidade não vai se acomodar com o fato. Estará atenta para que o governo cumpra sua parte e ainda acompanhará os médicos do Hugo para fiscalizar as condições de trabalho no local. Erso Guimarães considerou legítima a reivindicação dos médicos. “Eles estavam respaldados legalmente e tinham o direito de se demitir como qualquer outro profissional”, afirma. O Ministério Público é outro órgão que acompanhou de perto o processo e continuará atuando com visitas periódicas ao hospital, segundo o promotor da área de Saúde, Isaac Benchimol. HISTÓRIA ANTIGA O presidente do Cremego já havia realizado uma outra reunião, no dia 5 de fevereiro, com os deputados Paulo Garcia e Mauro Rubem na Assembléia Legislativa, com representantes dos neurocirurgiões do Hugo, do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde (Sindsaúde) e do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego). Preventivamente, a entidade havia ainda enviado ofícios ao Ministério Público e ao governo, ficando atento às negociações com os neurocirurgiões para que a paralisação não voltasse a acontecer. O próprio Luciano Sardinha, diretor-geral do Hugo, admite que o número de neurocirurgiões não é o adequado. A unidade, referência no Centro-Oeste, recebe, além dos pacientes de Goiânia, vários de outros estados. Para diminuir o problema, Luciano conta com o respaldo dos hospitais privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), para realizar neurocirurgias. Já a população teve sua opinião dividida. Várias pessoas manifestaram-se contrariamente, por carta às redações dos jornais, à exoneração coletiva dos neurocirurgiões. Gérson Veloso, do Setor Bueno, por exemplo, afirmou por meio de carta que a culpa do problema é das autoridades, que dizem não ter dinheiro para pagar os médicos. “Não há nenhuma resistência quando o aumento é no salário dos políticos”, desabafa. Ele acrescenta que os neurocirurgiões são qualificados, com quatro anos de especialização e possuem salário irrisório. ENTENDA O CASO No dia 1 de fevereiro, 14 neurocirurgiões do Hugo pediram demissão. O motivo foi o não recebimento de aumento dos salários, reivindicado desde 2002. A equipe total da unidade é de 19 médicos na especialidade (três efetivos e 16 comissionados). A reação na cidade foi imediata, com muita repercussão na imprensa, o que deixou claro a importância tanto do Hospital de Urgências como dos profissionais para o Estado. Rádios, jornais e as emissoras de televisão dedicaram generosos espaços ao assunto, mobilizando a população. Mesmo antes de fevereiro, em novembro do ano passado, o grupo já havia avisado ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina de Goiás que pediriam demissão caso não fosse concedido o reajuste em um prazo de 30 dias. O prazo terminou em dezembro, mas a pedido do secretário estadual de Saúde, Fernando Cupertino, foi acertado que aguardariam até 1 de janeiro. Como nada aconteceu até o final daquele mês, em 1 de fevereiro eles pararam de trabalhar. Em 5 do mesmo mês voltaram atrás, dando um voto de confiança para o governo e buscando abrir um canal de negociação. Março chegou e, como a pendência não se resolvia, eles entraram novamente em greve no dia 1. Em uma fase mais dura das negociações, no início daquele mês, chegou-se a falar na substituição dos neurocirurgiões por médicos socorristas, que não têm capacitação para as cirurgias neurológicas, mas apenas para atendimento de urgência. Entretanto, a ação firme do Cremego, ameaçando até interditar o Hugo, fez com que o assunto fosse esquecido. Os neurocirurgiões do local recebem um salário que varia entre R$ 1,3 mil a R$ 1,5 mil, enquanto colegas de outros estados chegam a receber R$ 5 mil reais por mês. Durante a crise, os pacientes que necessitavam de cirurgias foram encaminhados para os hospitais privados e a solução final surgiu apenas em 11 de março.

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