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Conselho Federal de Medicina

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A quem realmente interessa a abertura de novas escolas na área de saúde, e principalmente para Medicina? Faremos uma análise criteriosa para um melhor entendimento, não só para população que está altamente interessada, mas também para a classe médica, que precisa estar bem orientada e informada para participar com conhecimento de causa desta importante discussão. Recentemente o Conselho Federal de Medicina lançou a pesquisa “O MÉDICO E O SEU TRABALHO” que mostrou a formação do médico ocorrendo 70,6% em Escolas de Medicina públicas, dentre elas, 61,6% têm Residência Médica; e 78,2% são feitas em Instituições Públicas. Verificou-se também que das 12 principais formadoras de médicos no Brasil, 06 estão na Região Sudeste, o que temos como conclusão de que os médicos preferem ter a sua formação e especialização, em Instituições Públicas e na Região Sudeste. As principais entidades nacionais representativas da classe médica (AMB, CFM, CMB) já se posicionaram contrárias à abertura de novas escolas médicas e lutam na esfera federal para que o Conselho Nacional de Saúde tenha sua opinião terminativa e não consultiva, como é hoje, além de defender o Projeto de Lei do hoje Líder do PT na Câmara Federal, Deputado Arlindo Chináglia (SP), que prevê uma moratória de 10 anos para abertura de novas escolas médicas. Existe no MEC até recentemente 617 pedidos de novas escolas na área de saúde, felizmente em março o CFM obteve junto ao Ministro da Educação, 60 dias de moratória, quando já havia no ano passado conseguido 180 dias. O fato das Entidades Médicas serem contrárias às aberturas de novas escolas não diminui a chance de formação médica, mas sim o que existe é a pretensão de se estabelecer critérios para que não haja o mercado saturado e nem faculdades sem qualidade, principalmente em defesa do cidadão, do usuário e da boa formação do profissional de Medicina. Sabemos da grande pressão para a abertura de novas escolas médicas principalmente em cidades do interior, mas não vemos neste fato uma necessidade social, e sim interesse puramente financeiro de “empresários da educação” e ou interesses eleitoreiros de alguns políticos que só olham para o próprio umbigo. Existe até um falso discurso de que essa suposta abertura de curso de medicina irá fomentar outras áreas da economia do local. Belo discurso orquestrado, mas falso e de interesse unilateral. Sabemos também que uma escola de medicina requer uma estrutura cara, complexa e principalmente completa e que dificilmente é disponibilizada pelas entidades que aguardam permissão para funcionar, além de escassos recursos humanos para que as mesmas funcionem a contento proporcionando uma boa formação. Achamos que deveria ser pensada a possibilidade de se fechar às escolas ruins, antes de se pensar em abrir novas. Por fim, nunca e demais lembrar que no Brasil temos em média 670 médicos por habitantes, e no Espírito Santo, que hoje existem 02 escolas de medicina (UFES e EMESCAM), formando 200 médicos por ano, com cerca de 05 mil médicos em atividade inscritos no CRM-ES, para uma população de 3,5 milhões de habitantes, o que dá 01 médico por 700 habitantes, quando o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 01 médico por 1000 habitantes onde se conclui, que não precisa de novas escolas de medicina no estado e no Brasil. A quem realmente interessa a abertura de novas escolas de medicina, senão aos querem obter lucros certos com a procura de novos alunos? Ninguém acredita mais no discurso de que o interior precisa de mais médicos, pois a pesquisa do CFM mostrou que houve aumento da procura de médicos para essas cidades em 38%. Nós médicos capixabas temos que estar atentos e ficar de olhos bem abertos pois seremos os responsáveis por essa fiscalização que nos interessa principalmente pela boa formação ética de um profissional médico responsável e bem qualificado, e não para os comerciantes que querem obter vantagens vendendo matrículas, produzindo novos vestibulares, criando grandes fábricas de novos médicos com fáceis diplomas, não se importando absolutamente com a qualidade e tão somente com os seus lucros. Gostaríamos de alertar aos médicos que inocentemente ou não, os mesmos poderão ser usados como “bodes expiatórios” na tentativa de construção desta hipótese absurda, na visão das entidades médicas e das pessoas de bom senso. Dr Ricardo José Baptista. Conselheiro Sub-Corregedor do CRM-ES. Conselheiro do CFM.

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