O Imparcial (MA) 19/03/2004 Grande São Luís Médicos só atendem a seis planos Outros planos de saúde, que não cederam à pressão do CRM, para reajustar consultas, estão com atendimento suspenso e usuários estão no prejuízo Rejane Martins Pires e Jaqueline Moucherek Da equipe de O IMPARCIAL Até a tarde de ontem, das 30 operadoras que trabalham no Maranhão, apenas seis – a Unimed (São Luís e Imperatriz), Amil, Multiclínicas, LongLife, Med Plan e Unihosp haviam assinado o convênio que concede reajuste para os médicos conveniados aos planos de saúde. A reivindicação inicial dos médicos era de R$ 42, mas todos os acordos foram fechados com 20% a menos. Pela manhã, os médicos de São Luís fizeram um ato público, que ganhou a adesão dos fisioterapeutas. Os atendimentos para os usuários das seguradoras Unidas (formada por 17 empresas), Golden Cross, Sul America e Bradesco, além de outros planos que não estão cumprindo a tabela, continuam suspensos por tempo indeterminado. “Estamos tentando uma negociação viável. A Unidas apresentou uma proposta e o Bradesco e a Sul America nem responderam”, frisa Abdon Murad, presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM). “Estamos aguardando que a Unidas assine o convênio. Eles queriam uma diminuição de R$ 2,40 no valor solicitado, mas não podemos fazer, pois estaríamos descumprindo normas do CFM, CRM e desrespeitando os outros planos de saúde que já assinaram o convênio”, declarou. Abdon Murad não soube precisar o número de usuários prejudicados, mas adiantou que os casos de emergência são priorizados. A entidade pretende centrar esforços imediatos em novas rodadas de negociações, porém não descarta descredenciamento coletivo. O atendimento aos pacientes passará a ser feito mediante pagamento de R$ 42, com emissão de recibo para posterior reembolso por parte das operadoras. Os fisioterapeutas também estão insatisfeitos com os planos de saúde. Alunos de duas faculdades locais e profissionais acompanharam o ato público. “Nós estamos pagando para trabalhar”, reclama Nilton Maciel, da Sociedade Maranhense de Fisioterapia (Somafisio). Ele diz que os valores repassados para a categoria são ínfimos, se descontados os custos adicionais. Para alguns procedimentos, como a fisioterapia respiratória, o valor repassado é de R$ 5,40. O maior valor é para fisioterapia motora, R$ 16,40. “Estamos com os médicos e não vamos atender aos planos que não se adequarem à tabela”, salienta. Durante o ato de protesto, foram distribuídos folderes e panfletos explicativos aos que transitavam nas imediações da praça Deodoro. Os médicos lembraram que, há 12 anos, os procedimentos não são reajustados e que, neste período, as operadoras atualizaram suas mensalidades numa evolução de até 250%. O vice-presidente da Unimed garantiu que, apesar do aumento, o usuário do plano de saúde não vai ser prejudicado, pois não é legal que ocorra o reajuste aleatoriamente. “Não há nada programado. É necessário observar o comportamento das empresas e usuários até o final do ano”, garantiu. De acordo com ele, os planos de saúde só podem reajustar o valor das prestações 9% ao ano. Abdon Murad disse que os usuários dos planos, que não assinaram o convênio, não serão atendidos em caso de consulta, mas garantiu que, em caso de emergência, o atendimento é obrigatório.
A luta pela implantação da CBHPM no Maranhão
22/03/2004 | 03:00