Um auditório lotado com plateia e homenageados emocionados. Assim foi a entrega das Comendas CFM na noite da última quinta-feira (9), no hotel Bugan, em Recife. “Para mim, é uma alegria imensa retomar a entrega dessas homenagens. Aqui, temos a honra de encontrar pessoas que dedicaram suas vidas à medicina em interface com campos como a pesquisa, a arte, a literatura, o ensino e as humanidades”, afirmou o presidente do CFM, José Hiran Gallo. Além das comendas, o CFM homenageou o presidente do CFM na gestão 2014-2019, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, e mais quatro conselheiros federais de gestões anteriores.
O primeiro homenageado foi o ortopedista rodoniense Viriato José de Moura, que recebeu a Comenda Moacyr Scliar, de medicina, literatura e arte, das mãos do presidente do CFM, Hiran Gallo, conselheiro federal por Rondônia. Escritor, artista plástico, chargista e cartunista, entre outras habilidades artísticas, Viriato Moura é membro efetivo da Academia Rondoniense de Letras, Ciências e Artes. Em sua fala, o homenageado enfatizou a necessidade de o médico se manter no caminho da retidão. “Nós não temos o direito de trilhar por um caminho que não seja ético”, ressaltou.
A comenda Zilda Arns Neumann de Medicina e Responsabilidade Social foi entregue para a diretora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a reumatologista Eloísa Silva Dutra de Oliveira Bonfá, pela conselheira federal pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), Christina Hajaj Gonzalez. Após elogiar a trajetória da patrona da comenda, Zilda Arns, Eloísa Bonfá, agradeceu a todos que a ajudaram na sua jornada como médica e reafirmou o seu compromisso “com uma medicina ética e preocupada com as necessidades da população”.
O oftalmologista goiano Marcos Ávila foi o homenageado com a Comenda Oswaldo Cruz, de Medicina e Pesquisa, que foi entregue pelo conselheiro federal por Goiás, Salomão Rodrigues Filho. Professor da Universidade Federal de Goiás e dono de hospitais oftalmológicos em Goiânia e Brasília, Marcos Ávila ressaltou a necessidade de fortalecimento do Sistema Único de Saúde. “O acesso universal e de qualidade a todos deve ser uma preocupação de todos nós”, afirmou.
A Comenda Fernando Figueira, de Medicina e Ensino Médico, foi entregue ao infectologista do professor da Universidade Federal de Roraima, Mauro Shosuka Asato pelo conselheiro federal por Roraima, Domingos Sávio. Mauro Asato lembrou, na sua fala, a decisão que tomou de deixar São Paulo para fixar-se em Boa Vista e participar da criação do curso de medicina em Roraima. “Foi uma das decisões mais acertadas que tomei na minha vida”. Asato também lembrou os dias que passou internado em UTI devido à covid-19. “Eu poderia ser transferido para São Paulo, mas eu acreditava na equipe que eu tinha treinado e decidi ficar”, contou emocionado.
A missionária e médica Monique Bourget, foi homenageada com a Comenda Mario Rigatto, de Medicina e Humanidades. Coordenadora da Missão Benin, na África, Monique não pôde comparecer à cerimônia e enviou um vídeo. Na sua mensagem, ela citou São Francisco de Assis e enalteceu o fato de a medicina ser um instrumento para que ela possa praticar o bem. Quem também não pode comparecer foi o senador Marcos Rogério (PL-RO), que foi agraciado com a Comenda Amigo da Medicina, criada este ano pelo CFM para homenagear outros profissionais que contribuem com a classe médica e com a saúde dos brasileiros. Além de destinar muitos recursos para o SUS, o senador é um atento defensor do Ato Médico no Congresso Nacional.
A última comenda entregue foi a Clementino Fraga Filho, de Medicina e Assistência, que foi recebida pelo cirurgião pernambucano Antônio Lopes Miranda, das mãos da conselheira federal por Pernambuco, Helena Carneiro Leão. Numa fala bem humorada, o homenageado contou sua história de vida e agradeceu a seus professores e alunos. “Sou o resultado de todos que me ajudaram na minha caminhada”.