
Conectividade: médicos e advogados usaram o webinar para alertar a sociedade sobre riscos do tabagismo
Conexão CFM alerta sobre uso da maconha e de produtos derivados do tabaco entre os adolescentes
Cerca de 90% dos fumantes ficam dependentes da nicotina até os 18 anos. O alerta é de médicos que, por ocasião do Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto), participaram do webinar “Os riscos do consumo da maconha e dos produtos emergentes do tabaco na adolescência”.
Durante o encontro, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), através do YouTube, especialistas expuseram os desafios enfrentados para o controle do uso de tabaco e de dispositivos como cigarro eletrônico (e-cigarro), narguilé e tabaco aquecido, bem como os prejuízos associados ao seu consumo por adolescentes.
No Brasil, o número de fumantes alcançou expressiva redução ao longo das últimas décadas, passando de 32% da população, em 1989, para 9,3% em 2019. O tabagismo, no entanto, segue com vigor em todo o mundo graças às estratégias agressivas da indústria na promoção de novos produtos, lembram os especialistas.
Além dos problemas relacionados ao coração, o consumo de tabaco e derivados se vincula a uma infinidade de doenças, entre elas as pulmonares, mentais, neoplasias e o acidente vascular cerebral.
O defensor público Bruno Müller relatou que é bastante comum o uso de substâncias lícitas e ilícitas por menores infratores, provocando os especialistas a pensar sobre como prevenir ou intervir no vício dos adolescentes.
Na avaliação de João Paulo Becker Lotufo, pneumopediatra, membro da Comissão do CFM e responsável pelo Grupo de Trabalho de Prevenção às Drogas da Sociedade Brasileira de Pediatria, o diagnóstico das possíveis drogas presentes nas casas das famílias é fundamental ao preparo do plano de atendimento para essas questões, devendo ser feito em todas as consultas.
“A batalha contra os vícios deve ser a da prevenção, pois quem começa a fumar na juventude, quando o cérebro ainda está em formação, terá um nível de dependência muito maior. Outro dado que reforça a urgência da prevenção é que o jovem não se preocupa com o vício. Em geral, ele só vai se sensibilizar para os riscos a sua saúde e buscar algum tipo de terapia depois dos 40 anos, quando muitas vezes já tem algum dano ligado ao fumo”, destacou Lotufo.
Moderador do evento, o presidente da Comissão de Combate ao Tabagismo da Associação Médica Brasileira, Alberto José de Araújo, lembrou que o e-cigarro é proibido no Brasil desde 2009. “É preciso manter as políticas atuais, principalmente não permitindo que os cigarros eletrônicos e os produtos de tabaco aquecido entrem no País”, pontuou.