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Durante assembléia em teatro lotado, ontem à noite, a categoria rejeitou o reajuste oferecido pelo governo e confirmou a demissão de 400 profissionais Os médicos decidiram, na noite de ontem, durante assembléia no Teatro Waldemar de Oliveira, na Boa Vista, deixar os postos de trabalho nas emergências do Estado a partir de sexta-feira, como forma de negar a proposta do governo de reajuste na gratificação de 24% para plantonistas e 21% para os diaristas. Segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), o esvaziamento nos hospitais será de aproximadamente 400 profissionais. “O número tende a aumentar”, declarou o presidente do Simepe, Antônio Jordão. Na sexta-feira, completa 30 dias da entrega de pedidos de demissão. O Simepe informou que, legalmente, os médicos não são obrigados a cumprir os 30 dias. “Mas, para evitar processos judiciais, chegamos a esse acordo. Os médicos decidiram deixar as emergências todos no mesmo dia.” A decisão de ontem à noite não foi unânime. Um pequeno grupo votou a favor de que as saídas fossem escalonadas. Como os pedidos de demissão seguiram para a Secretaria Estadual de Saúde em datas diferentes, a idéia era de que cada médico só deixasse o seu posto quando completasse os 30 dias. Na quinta-feira, os médicos voltam a se reunir em assembléia e planejam um grande ato na sexta-feira, quando o presidente Lula estará no Recife. “Vamos mostrar a nossa indignação e aproveitar a vinda de Lula para mostrar como é tratada a Saúde em Pernambuco”, afirmou Jordão. Os profissionais pernambucanos contaram com apoio de entidades médicas de outros Estados nordestinos. Jordão explicou que será quase impossível o governo suprir o esvaziamento das emergências. “Esses hospitais de campanha são ridículos. É uma tenda de circo”, declarou. Um médico pediu a palavra e também protestou. “Não é hospital de campanha. É hospital de campanha política.” De acordo com o Simepe, a assembléia de ontem foi uma das mais prestigiadas da história. O Teatro Waldemar de Oliveira, com capacidade para 450 pessoas, estava completamente lotado. Muitos tiveram que ficar em pé. A categoria também aprovou um título de persona non grata ao governador Eduardo Campos e ao vice-governador e secretário de Saúde, João Lyra Neto. A entidade vai fazer a entrega solene do diploma dentro de uma caixão no Palácio do Campo das Princesas. A categoria também decidiu processar João Lyra Neto por improbidade administrativa. De acordo com os médicos, a SES está pagando por fora aos neurocirurgiões, o que configuraria uma atitude ilegal. Durante o encontro, vários médicos pediram a palavra para expor a total falta de condições de trabalho. A chefe da UTI do Hospital da Restauração, Fátima Buarque, declarou que entregou o cargo porque não havia mais como suportar o problema. “Tenho 17 leitos e 25 pessoas na lista de espera.” O presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremepe), Carlos Vital, ressaltou que o conselho apóia o movimento por entender que a ética médica pressupõe condições de trabalho dignas. Durante a tarde, representantes do sindicato e da Secretaria Estadual de Saúde se reuniram na sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na Rua do Imperador, Centro do Recife. O encontro foi intermediado pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Varejão, que diante do impasse entre as duas partes sugeriu apresentar até as 18h de hoje uma proposta intermediária. Em relação ao resultado da reunião, Varejão afirmou que o resultado não foi o esperado. “Diante desse impasse, vamos estudar as duas propostas e apresentar uma terceira, intermediária. A proposta do sindicato destoa muito da oferta do Estado e vice-versa”, explicou o procurador-geral de Justiça. Fonte: Cremepe

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