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Como em todos os outros Estados do País, a situação se repete: falta de equipamentos, de leitos, de condições de trabalho, de reajustes… Mas, em Pernambuco, a crise promete ser mais intensa. Os profissionais de saúde planejam protocolar, na próxima semana, um pedido formal para que a Organização Mundial de Saúde envie observadores para verificar “as violações de direitos humanos” que acontecem no Estado, nas palavras do presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Carlos Vital. Em entrevista ao portal Saúde Business Web, Vital também conta que o número de pedidos de exoneração em massa pode chegar a 300 até o final do mês. Confira. Saúde Business Web: Como se chegou a esta crise na saúde pública de Pernambuco? Carlos Vital: Há muito tempo vivemos um status quo de falta de equipamentos, de espaço físico e de recursos humanos. Repetimos sempre a mesma pauta sem resultados: recuperação e valorização do profissional de saúde e melhores condições de trabalho. Nossas reivindicações de longo prazo não são contempladas pelo Poder Público. Com isso, chegamos a um ponto em que os pacientes não têm assistência médica digna. No Hospital da Restauração, no Recife, por exemplo, um espaço com capacidade para 90 pacientes abrigava 200, 300. As pessoas estavam sendo atendidas em macas ou no chão dos corredores. Esta situação também deixa os médicos cada vez mais tensos, deprimidos e sofrendo de doenças psicossomáticas. E não vislumbramos solução. SBW: O que os sindicatos, conselhos e associações de classe planejam para tentar reverter este quadro? Vital: As associações e o sindicato estão finalizando uma minuta que será protocolada junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) na próxima semana. Pediremos que a OMS envie observadores para verificar as violações de direitos humanos que estão acontecendo aqui. Os médicos também estão em assembléia por melhores condições de trabalho e reajustes. A negociação com o governo para este ano já está atrasada. Se não houver uma proposta de acordo com as necessidades dos profissionais, haverá pedidos de demissão em massa, como no ano passado. SBW: Quantas exonerações são esperadas caso não haja acordo com o governo? Vital: Como o Estado não cumpriu os compromissos acordados o ano passado e a situação está agravada, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) já recebeu 159 pedidos de demissão. Até o fim de julho, este número deve chegar a 300. O caos na saúde não é o objetivo dos médicos, até porque vai contra sua vocação, mas o pânico se instala, a esperança desaparece, surge a depressão e o profissional acaba deixando o trabalho. O quadro é preocupante e as conseqüências já são previsíveis. SBW: No final da semana passada, o governo pernambucano acenou com um aumento de 48% para plantonistas. Como o Cremepe avalia esta proposta? Vital: É uma proposta oportunista, que vai beneficiar apenas 600 médicos, especialmente os da região metropolitana de Recife, mas o Estado tem 6 mil profissionais. Foi uma medida para a população se voltar contra os médicos, mas o povo conhece a verdade, porque vê as imagens na TV e sofre com esta situação. Fonte: Saúde Business Web

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