Os honorários dos ginecologistas e obstetras de São Paulo são vergonhosos no sistema de saúde suplementar. Há planos que pagam hoje, bruto, R$ 25,00 ou menos por uma consulta, restando ao médico cerca de R$ 5,00 (ou menos) depois de descontados tributos e despesas para manutenção do consultório.
O parto, procedimento em que temos duas vidas importantes em nossas mãos, a mãe e o bebê, tem sido remunerado, por alguns planos, em até R$ 200,00. Só para ter uma ideia de quanto o valor é aviltante, basta lembrar que o profissional que filma o nascimento da criança chega a cobrar cinco vezes mais do que recebemos; e sua única responsabilidade é apertar o botão REC da câmera.
Essa situação humilhante não pode mais continuar. Merecemos e exigimos honorários dignos e uma condição adequada para prestar assistência de qualidade aos cidadãos. É por isso que no próximo 30 de novembro, o denominado de “Um dia por mais respeito”, os ginecologistas e obstetras vão cruzar os braços, não fazendo qualquer atendimento eletivo aos planos de saúde.
Em respeito às pacientes e mantendo nossos compromissos éticos, garantiremos somente as urgências e emergências. Vale lembrar que o novo Código de Ética Médica estabelece ser direito do médico suspender suas atividades quando diante de condições inadequadas para o exercício profissional ou de remuneração indigna e injusta (Capítulo II, Direito dos Médicos, inciso IV).
A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) conclama você a engrossar esse justo movimento pela valorização profissional dos tocoginecologistas. Interrompa o atendimento no dia 30. Registre sua insatisfação com os planos de saúde.
Juntos, seremos fortes o necessário para nos ouvirem.
Fonte: SOGESP