Os presidentes dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) consideraram vitoriosa a mobilização nacional dos médicos realizada em 25 de outubro. Na data, entidades de 21 estados anunciaram a suspensão dos atendimentos eletivos como forma de protesto contra a baixa remuneração e as más condições de assistência e de trabalho. Em 19 unidades da Federação, houve anuncio de paralisação por 24 horas. Em duas, a suspensão foi localizada (por hospital ou apenas em alguns horários). Nos 27 estados, houve manifestações e atos públicos.
O movimento foi coordenado pela Comissão Nacional Pro-SUS, que conta com representantes do CFM, da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam). O presidente do Conselho Federal, Roberto Luiz d’Avila, também comemorou o resultado alcançado, apontado como resultado direto do apoio e engajamento dos CRMs.
Para o 2º vice-presidente Aloisio Tibiriça, uma grande virtude do protesto do dia 25 foi colocar as reivindicações dos médicos na pauta nacional, tendo em vista sua grande visibilidade junto à sociedade. Com esta etapa superada, a Pro-SUS pretende fazer uma avaliação de suas estratégias para definir os rumos que serão adotados em 2012.
A atenção dada pela mídia ao protesto dos médicos e o apoio recebido por inúmeros cidadãos, conforme relatado por alguns presidentes de Conselhos Regionais, confirma o acerto dos pontos defendidos pelas entidades. Essas preocupações foram, inclusive, reforçadas junto aos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) em todas as suas esferas de gestão e outras autoridades.
Em manifesto divulgado no dia 25 de outubro, a AMB, o CFM e a Fenam exigem providências para garantir maior volume de investimentos do Governo na área da Saúde, uma remuneração adequada no setor público e infraestrutura (física e de recursos humanos) em condições de atender as necessidades têm causado insatisfação e insegurança entre profissionais e pacientes.
“Acreditamos que este quadro exige um esforço conjunto do Governo – em todas as esferas de gestão -, dos parlamentares, dos movimentos organizados e da sociedade como um todo para garantir o aperfeiçoamento do SUS e sua eficiência, enquanto modelo de atendimento exclusivo e responsável pela oferta de diagnóstico e tratamento de 150 milhões de brasileiros”, afirma o Manifesto.
De acordo com o documento assinado, o modo como o qual a saúde pública tem sido tratada historicamente apresenta, “sua fatura nas emergências lotadas, nas filas de espera por consultas e exames, bem como no desestimulo que se abate sobre as equipes responsáveis pelo atendimento da população”.
O presidente do CFM espera que respostas e soluções eficazes sejam apresentadas para não comprometer os rumos da Saúde e da Medicina, “contribuindo para reduzir as desigualdades, promover o acesso com qualidade aos serviços públicos e oferecer condições dignas de trabalho”.