O primeiro caso brasileiro de Aids foi notificado em 1983. Nesse mesmo ano, começou a mobilização nacional para o enfrentamento da epidemia, com a união de forças entre o governo e a sociedade civil. A primeira ação contra a doença foi em São Paulo, com a criação da Coordenação Estadual de DST/Aids pelo governo estadual e a mobilização de ativistas ONG´s de pessoas vivendo com o HIV. Além de relembrar essa trajetória, as atividades do Dia Mundial também vão servir como reflexão. Apesar de ser motivo para reconhecer os avanços do Brasil nessa área, é necessário pensar nos desafios do futuro, já que a epidemia permanece como um importante problema de saúde pública. Os 20 anos de resposta brasileira à luta contra a Aids fez do país uma referência mundial. Os óbitos foram reduzidos em mais de 50%; a epidemia está estabilizada, com tendência à queda desde o ano de 2000; todos os doentes têm acesso universal e gratuito ao tratamento e aos exames; e a estimativa do Banco Mundial de que, no ano 2000, o Brasil teria 1,2 milhão de infectados não se confirmou. O país virou o século com uma estimativa de 600 mil pessoas com o HIV, ou 0,5% da população. Isso mostra o sucesso dos programas preventivos e educativos, que levam o país a um dos mais altos índices de uso do preservativo no mundo: 58% nas primeiras relações sexuais. Dia Mundial O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi criado em 1988, durante Encontro Mundial de ministros de Saúde, em Londres, com a participação de 140 países. O objetivo da data é mobilizar governos, sociedade civil, portadores do HIV e outros segmentos da população para uma reflexão sobre a epidemia. A data simboliza, também, a solidariedade entre as pessoas e a luta contra o estigma e a discriminação. Aids no Brasil Casos notificados até setembro de 2003: ·Foram notificados 277.153 casos de aids até setembro de 2003; ·Aumento de 19.373 casos em relação aos casos até dezembro de 2002; ·70% dos casos são do sexo masculino (197.340 casos); ·A razão entre os sexos se mantém em 1,8 casos em homens para cada caso em mulher, após 1998 (era de 25 homens para uma mulher no início da epidemia); ·No ano de 2000, as taxas de incidência foram de 15,2 casos por 100 mil habitantes, sendo de 19,3 por 100 mil homens e de 11,0 por 100 mil mulheres; ·A velocidade de crescimento das taxas de incidência, para o período de 1996 a 2000, mantém-se estável para os homens, mas com menor crescimento entre as mulheres: de 6,4% ao ano, quando comparada com os 15% ao ano para o período de 1995-98; ·As Regiões Sudeste e Centro-Oeste mantêm a tendência de estabilidade, com taxas de incidência de 21 e 12 por 100 habitantes em 2000; ·As regiões Sul, Norte e Nordeste ainda apresentam tendência de crescimento, embora menor do que a observada entre 1995 e 1998; ·Crescimento Região Sul: 9%; Região Norte: 11%; Região Nordeste: 6%; ·Em 2000, as taxas de incidência foram de 22 por 100 mil no Sul e de 5,4 por 100 mil nas regiões Norte e Nordeste; ·Entre os homens, mantém-se a redução dos casos devido à transmissão por uso de drogas injetáveis, observada desde 1998, na região Centro-Sul do país; ·Observa-se o aumento dos casos devido à transmissão heterossexual, em todas as regiões, inclusive no Norte e Nordeste; ·De 1998 a 2002, 42,5% dos casos foram na categoria de exposição heterossexual (33% de 1995 a 1998), 35% na categoria homo/bissexual e 23% na categoria usuários de drogas injetáveis (29% de 1995 a 1998). FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE
20 anos de resposta brasileira à luta contra a Aids
01/12/2003 | 00:00