Durante a 189ª Reunião Ordinária, realizada nos dias 11 e 12, o Conselho Nacional de Saúde recebeu o presidente da Associação Brasileira de Hospitais Universitários de Ensino, Alair Benedito de Almeida, para debater a situação e as crises vivenciadas pelos hospitais universitários do país. Segundo Almeida, dentre as realidades em 2004, os hospitais de ensino de todas as naturezas apresentavam: dívidas superiores a R$ 370 milhões; mais de 19.000 trabalhadores terceirizados através das fundações; crescentes dificuldades de abastecimento; acentuada depreciação física e tecnológica; desconexão das principais políticas de gestão do SUS; baixo nível motivacional de todos os segmentos atuantes nas entidades hospitalares; restrições importantes para o exercício do ensino médico. “Os contratos/convênios firmados com os gestores na implantação dos referidos Programas, significaram melhorias transitórias de recursos para o custeio da assistência de baixa e média complexidade, representando aumento de 26% na parcela que passou a ser orçamentada, não considerando a defasagem nestas áreas, reconhecida publicamente, superior a 110%”, salientou o médico. Também foram efetivados planos operativos, com definições de tetos físicos e orçamentários por hospital, com inserção e abrangências amplas na rede SUS. “Passados quase quatro anos, a realidade atual apresenta, entre outros indicadores assistenciais: a rede de hospitais de ensino respondendo por mais de 15% das internações hospitalares brasileiras; realizando mais de 50% da assistência em alta complexidade; continuando, portanto, vitais para os atendimentos de urgências e emergências; dispondo das principais estruturas de leitos de UTI; ofertando as bases fundamentais da assistência em especialidades médicas”, ressaltou. O representante das entidades médicas no Conselho e conselheiro federal licenciado do CFM, Alceu Pimentel, defendeu uma política de estado para o problema. “Sem o fortalecimento dos hospitais universitários não teremos fortalecimento no Sistema Único”. O presidente do CNS, Francisco Baptista Júnior, propôs a criação de um grupo de trabalho para estudar o tema dos hospitais de ensino. Alceu Pimentel irá compor o grupo.